A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) defendeu hoje a opção Santarém para a localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa, considerando que esta é a proposta “mais robusta”.
“Para nós, é fundamental que a opção seja a norte de Lisboa, como já o afirmámos no passado, e, sendo a proposta mais robusta Santarém, apoiamos Santarém para o aeroporto internacional de Lisboa”, afirmou à agência Lusa o vice-presidente da CIMRL Jorge Vala.
Segundo Jorge Vala, também presidente da Câmara de Porto de Mós, a Região de Leiria apresenta esta posição, “de uma forma consensualizada com as restantes regiões aqui em volta”, mas com “algumas condições”.
“É importante para nós que não se perca de vista aquilo que é o projeto ferroviário e, portanto, nós não abdicamos de ter a estação da linha de Alta Velocidade em Leiria e uma perspetiva futura de continuar a pensar num aeroporto de caráter regional em Monte Real”, onde está a Base Aérea n.º 5, adiantou.
No dia 20, em Porto de Mós, vai realizar-se uma reunião com outras comunidades intermunicipais da Região Centro, para se tentar “consensualizar uma proposta de apoio efetiva e concreta à opção Santarém”, acrescentou Jorge Vala.
A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
A comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou em 27 de abril nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo mais Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.
A lista de opções que passam às fases seguintes foi anunciada pela coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente, Rosário Partidário, numa apresentação que está a decorrer, em Lisboa, sobre os resultados das atividades desenvolvidas na primeira fase da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o aumento da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa.
Rosário Partidário explicou que às cinco opções avançadas pelo Governo – Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém – foram adicionadas as opções: Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; e Rio Frio+Poceirão, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas.
Nesse dia, o presidente da Câmara de Leiria, também presidente da CIMRL, Gonçalo Lopes, declarou que a exclusão da Base Aérea de Monte Real das opções para a localização do futuro aeroporto de Lisboa não invalida a sua transformação em base regional.
“A exclusão da Base Aérea de Monte Real das opções para a localização do futuro aeroporto de Lisboa não belisca, em nada, a pretensão da sua abertura à aviação civil, numa base de dimensão regional, vocacionada para assegurar serviço aeroportuário à zona Centro, atualmente a única região do País sem aeroporto”, afirmou então Gonçalo Lopes.
O presidente do Município salientou que a abertura à aviação civil da Base Aérea n.º 5 numa base de dimensão regional “foi e continua a ser” a principal ambição, que se mantém intacta e que considera ser de “grande importância para o desenvolvimento” da região.
“Entendemos que a solução Monte Real poderia contribuir, no curto/médio prazo, para ajudar a superar o grande estrangulamento que o Aeroporto Humberto Delgado [em Lisboa] regista, uma condição reforçada com a inclusão de Leiria no traçado de Alta Velocidade [ferroviária], que reduz a distância para Lisboa para apenas 40 minutos”, salientou.
Gonçalo Lopes reiterou que “a localização do aeroporto a Norte do Tejo é a que melhor serve o país, por aqui se localizar a esmagadora maioria dos futuros utilizadores e também por estar a norte a força da economia portuguesa”.