A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) recebeu quase 700 denúncias de casos de violência durante o primeiro período de confinamento, entre Março e Maio do ano passado, na maioria casos de violência doméstica.

Os dados fazem parte do projecto “Violência contra as Mulheres e Violência Doméstica em Tempos de Pandemia”, promovido pela APAV e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e são relativos ao período entre 22 de Março e 03 de Maio de 2020.

Durante esse período, a APAV analisou 683 casos de violência, que foram reportados tanto através do apoio à distância como presencial, a maioria dos quais (589/86%) de violência doméstica, enquanto os restantes 94 casos eram relativos a formas de violência noutros contextos, e em que 65 dessas vítimas eram mulheres e 29 homens.

“Dentro do contexto de violência doméstica, é possível concluir que 34,1% dos casos são de violência no contexto das relações de intimidade, 12,6% são de violência contra crianças e 14,9% dos casos são de violência contra idosos”, refere a APAV.

A associação adianta que a grande maioria das vítimas (83%) são mulheres, contra 17% de vítimas homens, e que a faixa etária com maior prevalência de casos é entre os 21 e os 44 anos, tanto para mulheres (43,4%) como homens (21,4%).

A maioria das mulheres vítimas (34,6%) reside na região de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto entre os homens vítimas a prevalência (28,7%) é na região norte do país.

“Uma parte substancial das vítimas não possui actividade profissional, quer em casos de vítimas mulheres (40,5%), como em casos de vítimas homens (60,2%).

Relativamente à pessoa agressora, a APAV constatou que a maioria são homens (76,6%), “quer quando as vítimas são mulheres (82,3%), quer quando as vítimas são homens (48%)”.

Olhando para o tipo de relação de intimidade entre vítima e agressor, a APAV refere que em 23% das mulheres e 14,3% dos homens há uma relação conjugal, no caso de 15,1% das mulheres e 10,2% dos homens são companheiros e em 2,9% das mulheres e 4,1% dos homens trata-se de uma relação de namoro.

No que diz respeito à vitimação, a maior parte ocorre de forma continuada em 67% das mulheres e 68,4% dos homens, sendo que a duração das agressões varia entre um mês e 52 anos no caso das mulheres, e entre um mês e 41 anos no caso dos homens.

Quando a violência é sobre as crianças, a APAV constatou que os agressores mais comuns são os pais ou avós, enquanto nas agressões contra idosos são os filhos ou netos.

A APAV refere ainda que os tipos de violência mais comuns são a violência psicológica e/ou as ofensas à integridade física, tanto no caso das mulheres (77,3%) como no dos homens (75,5%).

Leia também...

Morreu empresário Rui Nabeiro

O empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, morreu hoje aos 91 anos, vítima de doença, no Hospital da Luz, em…

Seis turmas de Jardim de Infância no Entroncamento transferidas por questões de segurança

Seis turmas de um jardim de infância no Entroncamento foram hoje transferidas para três outras escolas do concelho, uma decisão tomada na sequência de…

‘Masterplan’ para o Campo da Feira em discussão pública

A Câmara Municipal de Santarém decidiu colocar em discussão pública o projecto de regeneração e revitalização do Campo Infante da Câmara, localizado no centro…

Governo prorroga programa de apoio a lares de idosos

O Governo vai prorrogar os programas de apoio para reforço de recursos humanos em equipamentos sociais, nomeadamente em estruturas de apoio a idosos em…