Na passada semana, saí de casa rumo a um Boutique Hotel de 5 estrelas no centro histórico de Belém, com o propósito de assistir a uma acção de promoção intitulada “Ribatejo em Lisboa”, promovida pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, para divulgar a oferta do Ribatejo junto de operadores da capital portuguesa.
Na agenda do dia, um workshop B2B a envolver empresas que trabalham o ‘incoming’, alojamento, animação turística e enoturismo da região Ribatejo e 32 operadores turísticos, para promover a oferta cultural e gastronómica do Ribatejo na capital do país.
Se a ideia merece o nosso aplauso, a verdade é que a grande maioria desses operadores ‘roeu a corda’ e nem o luxuoso espaço, bem de frente à Torre de Belém, os convenceu a conhecer os operadores ribatejanos que marcaram presença neste evento mas que ficaram a falar sozinhos, ou entre eles, com menos de meia dúzia de operadores turísticos, agências de viagens e DMC’s da área metropolitana de Lisboa para convencer a investir no Ribatejo, sem interesse para conhecer a oferta, troca de contactos e possibilidade de negócio durante o referido workshop.
A intenção da ERTAR, que se saúda, era a “promoção da notoriedade do Ribatejo no mercado interno, com o objectivo de expor, de forma mais premente, a oferta turística aos agentes comerciais e começar, de uma forma realista, a inscrever mais a oferta turística do Ribatejo na promoção internacional”, mas algo tem de ser repensado na preparação destes workshops que nem o charme de um hotel de cinco estrelas convenceu os empresários lisboetas.
A ERTAR aproveitou o dia para apresentar, em conferência de imprensa, os eixos estratégicos de actuação para o Ribatejo: “notoriedade da marca, estruturação do produto turístico, apoio à comercialização e desenvolvimento de novos produtos, e realização de eventos”, e divulgou a triste novidade de o INE não divulgar desde Junho dados actualizados que possam avaliar o impacto de acções como esta, de apresentar o “Ribatejo em Lisboa”, colocando os operadores a trabalhar “às cegas”, uma contrariedade que a ERTAR pretende ultrapassar com recurso a um ‘outsourcing’ de consultoria especializada que permita trabalhar os dados que o INE não actualiza atempadamente, deixando as instituições ligadas ao turismo sem bases estatísticas para redefinir metas de crescimento, se necessário.
Assim, a ida ao Palácio do Governador Lisbon & Spa, em Belém, um espaço óptimo que recomendo, mas inacessível a todas as bolsas, valeu pela refeição do chef Michelin Rodrigo Castelo e pela oportunidade de rever amigos, em amena cavaqueira, num dia bem solarengo. Como alguém sugeriu: o sol do Ribatejo em Lisboa.
