Maria Simãozinho nasceu há oito anos no dia 5 de Dezembro, data em que se assinala o Dia Internacional do Voluntariado e é actualmente a mais nova voluntária da Associação Social Amigos de Samora Correia (ASASC), que apoia cerca de três centenas de pessoas na comunidade com alimentos e outros bens essenciais.
A Mariazinha, como é conhecida na instituição, acompanha os pais Sandra e José Simãozinho, associados e voluntários da instituição sem fins lucrativos, fundada a 16 de Março de 2015 “com o objectivo de ser uma voz activa na comunidade promovendo os seus valores e o bem-estar de quem vive e trabalha em Samora Correia”.
Segundo a associação, Maria Simãozinho está sempre disponível para ajudar a recolher alimentos nos supermercados, peditórios porta a porta, ou para a logística no espaço social da instituição. A pequena voluntária acompanha também os pais e restantes voluntários na preparação dos cabazes e nas entregas a dezenas de famílias, participa na escolha das roupas, dos brinquedos e dos livros para crianças socialmente desfavorecidas.
A associação descreve a Mariazinha como uma criança feliz por fazer as outras pessoas felizes e diz que é uma fonte de inspiração, salientando que são precisas mais Mariazinhas, de todas as idades, num tempo conturbado pela guerra e que fez disparar os pedidos de ajuda.
A Mariazinha partilha com os pais a paixão pelas motos e acompanha-os em todos os eventos solidários que promovem na região seja para ajudar num tratamento duma criança com cancro, na reconstrução de uma casa ou na compra de uma cadeira de rodas.
Confederação Portuguesa do Voluntariado pede revisão da lei
A Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) apontou a rápida revisão da Lei de Bases do Voluntariado, criada há mais de duas décadas, como uma “oportunidade” para o poder político reconhecer o papel e a importância dos voluntários.
“O poder político ainda não colocou na agenda de cada um dos seus partidos o voluntariado como factor importante para o progresso humano e integral do país. Terão uma oportunidade de reconhecerem a missão desta parte numerosa da população, que traz mais-valias e só pede condições para fazer bem o trabalho que, benevolamente, faz, procedendo rapidamente à revisão da Lei do Bases do Voluntariado, que já tem mais de duas décadas de vigência”, lê-se numa mensagem divulgada pela CPV a propósito da efeméride.
No âmbito do Dia Internacional dos Voluntários – que, por determinação da Organização das Nações Unidas (ONU) se assinalou na segunda-feira, dia 05, em todo o mundo – a confederação considera que “nem sempre” a “importância e reconhecimento” do voluntariado “têm merecido a devida atenção pelos organismos que têm instrumentos à sua disposição para o demonstrarem com objectividade”.
“Este ano a solidariedade é o tema proposto, não como um mero sentimento emotivo, nem como uma acção esporádica, mas como um valor humano firme e perseverante que faz com que as pessoas se sintam responsáveis umas pelas outras. Existem evidências incontornáveis de que, por mais poderosos que sejam os seres humanos, o pleno bem-estar exige ser com os outros”, sustenta.
Tal “como a ONU manifesta o seu orgulho pelos voluntários de todo o mundo”, a CPV defende que “também Portugal o deve ter no mais de um milhão de portugueses e portuguesas que, em várias áreas do seu desenvolvimento integral, são modelo da dádiva gratuita do seu tempo expressa num número incalculável de horas”.
“A CPV reconhece o esforço que continua a ser feito por muitas instituições,
algumas mesmo sem estatuto jurídico de
IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], de muitas autarquias e, nos últimos anos, da grande maioria dos estabelecimentos de ensino superior e de outros níveis de ensino, que se vão posicionando para possibilitar aos alunos práticas de voluntariado, expandindo-as, assim, por todo o Portugal Continental, Açores e Madeira, no sentido de capacitar os voluntários e assegurar uma adequada gestão do voluntariado nas organizações que os mesmos integram”, enfatiza. Segundo a confederação, sem o voluntariado Portugal seria um país “mais individualista, menos humano e mais despersonalizado”, servindo a palavra solidariedade, “como outras, [apenas] para adjectivar discursos”.
“É neste sentido que apontam as orientações das Nações Unidas: se queremos assegurar o futuro do nosso planeta, temos de agir juntos e já, em solidariedade uns com os outros; as desigualdades crescentes em todo o mundo imploram que trabalhemos unidos para encontrar soluções comuns”, sustenta a organização.