O presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) alertou recentemente para os riscos para a sustentabilidade da imprensa de proximidade decorrentes da “crescente migração” de leitores do papel para o digital, sem acompanhamento do aumento de receitas.

Paulo Ribeiro diz, em declarações à agência Lusa, que “já há inúmeros concelhos do país que não têm um único órgão de comunicação social local, o que é deveras preocupante, a começar pela coesão nacional e reforço da democracia”.

“A imprensa, a par da restante comunicação social, é importante para combater a desinformação que circula nas redes sociais e só o jornalismo pode fazer esse combate”, defende o presidente da AIC, para quem é “urgente a implementação de um programa de apoio público à comunicação social de proximidade para que tenha meios de poder desempenhar o seu papel nas respectivas comunidades, de forma isenta e empenhada, como tem sido o seu apanágio”.

Neste contexto, assume importância a “publicidade institucional do Estado e, também, o cumprimento das obrigações comunitárias pelo Governo na publicitação dos investimentos do Portugal 2030 e PRR na imprensa, para que haja transparência nos projectos apoiados com dinheiros públicos, por exemplo”, adianta.

Fazendo um balanço positivo do mandato que agora termina, Paulo Ribeiro reforça que, “num período marcado pela pandemia e com os muitos problemas que trouxe para o sector”, foi fundamento o papel imprescindível da AIC, juntamente com a API (Associação Portuguesa de Imprensa), na montagem, “a pedido do Governo”, do esquema de distribuição da publicidade institucional, “que permitiu [fazer] chegar um apoio financeiro a cerca de 500 publicações da imprensa regional de todo o país”.

Por cumprir ficaram ainda, “apesar dos apelos junto do Governo e dos partidos com assento parlamentar, diversas matérias, entre as quais um plano de apoio mais abrangente para a transição dos jornais do papel para o digital, ou o respeito efectivo das responsabilidades dos Correios no cumprimento da periodicidade da entrega dos jornais aos leitores, por exemplo”, admite o presidente da AIC.

Para o novo mandato, Paulo Ribeiro, que na Direcção da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã representa o jornal Alvorada, da Lourinhã, aponta como alguns dos objectivos a realização de uma conferência sobre o presente e futuro da imprensa em Portugal, bem como a implementação de um pacote de medidas que ajudem a comunicação social de proximidade “a poder ultrapassar alguns dos obstáculos com que se confronta e que passam, sobretudo, pela falta de investimento publicitário e aumento dos custos associados ao sector (preço do papel, envio postal, energia e telecomunicações, etc.)”.

Paulo Ribeiro não tem dúvidas de que “só com um apoio forte do Estado e transparente para os cidadãos poderá continuar a ser possível (…) uma imprensa regional com os meios necessários para fazer o seu papel relevante para o país”, acrescentando que “se algo veio mostrar esta pandemia foi a importância da imprensa regional, e sobretudo a de inspiração cristã, na divulgação de informação jornalística às comunidades locais”.

“Foi com muita resiliência e espírito de missão que esse papel foi assumido, num período em que diminuiu a publicidade com o abrandamento da actividade económica em consequência dos confinamentos. Houve alguns jornais que não resistiram e outros que suspenderam temporariamente a edição impressa, ficando apenas no digital, dadas as enormes dificuldades económicas que daí advieram”, afirma.

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