A Associação de Jogos Tradicionais da Guarda (AJTG) vai funcionar como ponto de recolha, neste distrito, de documentação e materiais para o protejo EPHEMERA, do arquivo e biblioteca de José Pacheco Pereira, foi anunciado.
“É para nós uma honra e um orgulho que seja reconhecido à AJTG um papel que pode ser predominante, ao fazer de correia de transmissão entre o distrito da Guarda e a EPHEMERA”, disse o presidente da associação, Norberto Gonçalves.
O responsável falava na Guarda, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, onde o projeto e a parceria que envolve aquela associação foram apresentados.
“Também nós [AJTG] arquivamos memórias e tentamos que as memórias não fiquem apenas nas gavetas dos arquivos, mas vividas por aqueles que vivem no distrito da Guarda hoje e no futuro”, disse Norberto Gonçalves na sua intervenção.
O presidente da AJTG afirmou ainda que a associação, que vai fazer a ligação do distrito da Guarda com o projecto, que tem por mentor o historiador José Pacheco Pereira, tem por lema “Continuamos a jogar a tradição”.
O EPHEMERA, com sede na vila de Marmeleira, concelho de Rio Maior, distrito de Santarém, tem como objetivo divulgar os espólios, acervos, livros, periódicos, manuscritos, panfletos, fotografias e objetos que pertencem ao arquivo pessoal de José Pacheco Pereira e colocá-los acessíveis a todos.
Segundo os seus promotores, o projeto também recolhe “tudo, quase tudo, muita coisa (…)”.
“Tudo o que sirva para compreender o passado, o quotidiano, a história, e a vida cultural, social e política”, acrescentam.
Livros, panfletos, fotografias, cartazes, emblemas, ‘pins’, autocolantes, objetos históricos e culturais, manuscritos, maquetas, desenhos, faixas, uniformes e publicidade são também objetos e materiais que interessam ao projeto liderado por Pacheco Pereira.
De acordo com o mentor do projeto, José Pacheco Pereira, a nível nacional o projeto possui pontos de recolha em Lisboa, Barreiro, Porto, Coimbra, Figueira da Foz, Lamego, Viana do Castelo, Torres Vedras e Guarda, e existem condições “para aumentar” para outros locais.
“A ideia é, em cada sítio, nós impedirmos que as coisas vão para o lixo. É impedirmos que haja a destruição maciça, e há todos os dias centenas de milhares de objetos, panfletos, livros” que são deitados fora, disse aos jornalistas.
Por isso, durante a sessão, o historiador apelou para que os habitantes da Guarda “não deitem nada fora”.
No âmbito do projeto foi constituída uma associação cultural sem fins lucrativos, denominada Associação Cultural EPHEMERA, com o objetivo de criar uma base institucional ao trabalho desenvolvido, que possui cerca de 150 voluntários em todo o país.
O EPHEMERA possui cerca de 23 mil pastas ‘online’, com centenas de milhares de documentos.
“Todos os dias são publicadas várias páginas, que estão abertas e sempre disponíveis para receberem novas publicações”, segundo Pacheco Pereira.