A defesa do centro histórico de Santarém voltou a estar em destaque na reunião pública da Câmara Municipal realizada a 3 de Novembro. Francisco Pombas, presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico de Santarém, interveio no período reservado ao público para alertar o executivo municipal para o estado de degradação de vários imóveis e para a ausência de medidas concretas de incentivo à reabilitação urbana e à fixação de moradores naquela zona nobre da cidade.

No uso da palavra, Francisco Pombas descreveu o cenário de “edifícios devolutos, em ruína, alguns em risco de colapso”, sublinhando que a situação “coloca em causa a segurança de quem vive e circula” no centro histórico. O dirigente associativo apelou à autarquia para que “olhe com prioridade para o coração da cidade, que está a precisar de vida e de gente”, defendendo uma intervenção mais activa e uma estratégia articulada de revitalização urbana.

O presidente da associação lamentou que o centro histórico tenha perdido vitalidade ao longo dos últimos anos, tornando-se, nas suas palavras, “um espaço cada vez mais vazio e envelhecido”. Referiu que, sem uma política integrada de habitação e comércio, “o centro corre o risco de se transformar apenas num cenário de eventos, sem alma nem quotidiano”.

Francisco Pombas destacou também as dificuldades de circulação e estacionamento sentidas pelos residentes, particularmente em dias de maior movimento turístico ou durante iniciativas culturais. Defendeu “uma gestão mais equilibrada entre o turismo e a habitação permanente”, considerando essencial “preservar a autenticidade e a vivência comunitária” daquela zona histórica.

“Precisamos de medidas que devolvam vida ao centro. Que atraiam famílias, jovens e comerciantes, e que combatam o abandono e a desertificação. Santarém tem um centro belíssimo, mas que não pode continuar a degradar-se. É urgente agir”, afirmou o presidente da Associação de Moradores.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite, agradeceu a intervenção e assegurou que o Município está a trabalhar na elaboração de um plano de reabilitação urbana e de incentivo à habitação no centro histórico, com prioridade para a recuperação de edifícios municipais e para a criação de mecanismos que facilitem o investimento privado.

“O centro histórico é um património de todos os escalabitanos e será uma prioridade neste mandato. Estamos a preparar medidas concretas que promovam a reabilitação, a fixação de população e a instalação de novos negócios de proximidade”, garantiu o autarca.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Leia também...

Rota das Fontes apresentada à população em passeio de veículos clássicos

O passeio realizou-se no âmbito da Rota das Fontes e contou com a presença de diversos veículos clássicos, motorizadas e jipes 4×4, na União…

Freguesia de Alcanhões adquire terreno para novo cemitério, parque de estacionamento e zona verde

A Junta de Freguesia de Alcanhões formalizou, esta segunda-feira, 3 de Junho, a escritura de aquisição de um terreno com 2,7 hectares, situado nas…

Milhares de fiéis esperados em Fátima para última grande peregrinação do ano

Milhares de fiéis são esperados no Santuário de Fátima hoje e quinta-feira, para as cerimónias da última grande peregrinação aniversária do ano, presididas pelo…

Inaugurada nova Residência de Estudantes em Rio Maior

A cidade de Rio Maior está em festa com a inauguração da nova residência de estudantes, um marco significativo no apoio ao ensino superior…