A Associação Social Amigos de Samora Correia (ASASC) está a apoiar a integração de cerca de duas dezenas de refugiados na freguesia com o apoio de mecenas e voluntários. A ASASC trabalha em parceria com a Associação Ukranian Refugees sediada em Lisboa e com mediadores e voluntários em todo o País.

A ASASC criou uma rede de voluntários e mecenas que apoio no alojamento, alimentação, registo e documentação, integração na escola e no mercado de trabalho. 

O objectivo é criar condições para que os refugiados ganhem a sua autonomia e independência, permitindo que os alojamentos disponibilizados sirvam para novas famílias. Neste momento, a ASASC considera que seria fundamental criar um centro de acolhimento temporário no concelho de Benavente semelhante ao que funciona em Mafra num antigo hotel.

A Ukranian Refugees realiza voos com 250 passageiros e já trouxe para Portugal mais de 2000 refugiados. A informação foi divulgada aos sócios da associação na assembleia-geral realizada esta terça-feira, 12 de Abril, na Casa do Povo da cidade. Os associados aprovaram por unanimidade as contas e o relatório de atividades do ano de 2021, bem como o orçamento e plano para o ano em curso.

Sem perder o foco no apoio a cerca de duas dezenas de famílias vulneráveis da freguesia com alimentos, roupas, móveis e eletrodomésticos, a ASASC envolveu-se na missão humanitária a favor das vítimas da guerra na Ucrânia recolhendo e enviando mais de uma tonelada de bens essenciais e medicamentos que foram colocados por voluntários portugueses e ucranianos nos corredores de ajuda humanitária que seguiram para cenários de guerra e nos centros de refugiados nas fronteiras com a Polónia.

A direção da ASASC elogiou a resposta da comunidade de Samora Correia que tem garantido bens alimentares, roupas, medicamentos e donativos financeiros transformados em cabazes distribuídos às famílias em comprovado estado de vulnerabilidade.

“Tivemos famílias que saíram da sua casa principal para anexos para darem a sua habitação a famílias ucranianas. É um ato de amor que nos orgulha a todos”, refere a direção.

Samora Correia acolhe neste momento cerca de 90 refugiados, a maioria ao cuidado de ucranianos que residem na freguesia há vários anos e estão integrados na comunidade. A crise vivida em Portugal lança novos SOS junto da comunidade local e a ASASC não deixa de apoiar os filhos da terra e os novos moradores vindos de outras paragens. 

“Temos uma rede social ativa com o município e instituições, mas não consegue chegar a todo o lado e não tem as respostas imediatas de que as pessoas precisam. Todos os dias somos chamados a ajudar famílias em dificuldade”, refere o relatório. 

Ana Paula Neves, secretária da associação explica que são frequentes os casos de famílias despejadas das suas habitações que procuram ajuda na ASASC.

“Ainda recentemente apoiámos um casal que vivia no carro. Garantindo alojamento provisório e encaminhando na procura de soluções”, explica. 

A associação cresceu na dimensão social ao ritmo da crise da pandemia agravada pela guerra e neste momento a sede na antiga biblioteca de Samora Correia não tem condições para dar as respostas exigidas.

A ASASC está a procurar um novo espaço onde possa desenvolver em segurança e com conforto a sua missão. A associação não recebe subsídios das autarquias e do Estado. Vive do apoio dos beneméritos e empresas. 

A ASASC tem cerca de 300 associados que pagam uma jóia única mínima de 2 euros não havendo quotas mensais.

“Tentamos que os beneficiários sejam associados para terem sentimento de pertença da associação e para os envolver na nossa missão. Temos antigos beneficiários que orientaram as suas vidas e hoje são voluntários e ajudam a ajudar novos necessitados. A ASASC não dá apenas o peixe, dá a cana para pescarem”, conclui.

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