O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) disse hoje, em Torres Novas, que as medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna no parlamento são “uma falácia” e “uma provocação”.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, garantiu hoje que os polícias envolvidos na segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vão ter redução de horários, remuneração pelo trabalho excecional e pagamento das ajudas de custos a 100%.
“Controlo de fronteiras, reforço operacional, condições remuneratórias pelo trabalho excecional, ajudas de custo a 100% para deslocados, turnos reduzidos de oito horas para seis horas, condições de alojamento, transporte, refeições, articulação com o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais e testes às redes de comunicações são algumas das importantes matérias que têm sido acauteladas em tempo”, disse José Luis Carneiro durante a audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades Garantias.
Paulo Santos, que falava aos jornalistas em frente à Escola Prática da Polícia, em Torres Novas, no final de uma reunião da direção da ASPP, afirmou que José Luís Carneiro “usa as palavras numa narrativa que engana os senhores jornalistas, os senhores deputados e está a enganar os polícias”, mas “não consegue enganar a ASPP”.
“Aquilo que o senhor ministro faz com as palavras é uma falácia e é uma provocação aos polícias”, afirmou.
Segundo Paulo Santos, a redução do horário das oito para as seis horas “contraria completamente aquilo que o senhor diretor nacional disse, que esta redução impunha-se para que os polícias não tivessem oportunidade para se deslocar para se alimentar” e destina-se a “empurrar os polícias para depois prestarem outras seis horas em serviço remunerado”.
Para o presidente da ASPP, a comunicação feita pelo ministro visou “confundir tudo, mas não consegue confundir os polícias”.
A ASPP anunciou hoje a realização de iniciativas “inovadoras e bastante criativas durante, antes e depois” da JMJ, tanto em Lisboa, como junto dos comandos e das dioceses que vão organizar eventos, como forma de demonstrar a “insatisfação” dos profissionais da PSP.