Mourão – Praça Dr. Libânio Esquível, 1 de Fevereiro, às 15 horas. Festival Misto de Abertura de Temporada. Cavaleiros: Diogo Oliveira, Tristão Guedes Queiroz e Francisco Cortes (Filho); Espadas: Diogo Peseiro, Érik Olivera e Gonçalo Alves; Forcados Amadores de Monsaraz; Ganadaria: António Raul Brito Paes; Director de Corrida: Agostinho Borges; Veterinário: Dr. Carlos Santana; Tempo: Ameno; Entrada de Público: ¾ fortes.
Um ano mais se cumpriu a tradição de inaugurar a época taurina em Portugal com o Festival Taurino em honra de Nossa Senhora das Candeias, em Mourão, o que empresta significativa importância ao evento, que, assim, concita grande afluência de público, mesmo em dia de semana.
O cartel era apelativo, posto que entre os jovens toureiros, a cavalo e a pé, se apresentavam alguns em quem a afición nacional deposita boas expectativas, e o que é facto é que, sem ter sido um espectáculo memorável, se viu com agrado, muito também devido ao comportamento das reses lidadas, díspares de apresentação, mas a permitirem o luzimento dos artistas, tendo valido até uma volta à arena ao ganadeiro.
Diogo Oliveira evidenciou boas maneiras e rigor na forma como desenhou as sortes e colocou vistosa ferragem, em sortes a quarteio, que o público aplaudiu. Tristão Guedes de Queiroz aproveitou bem as condições de lide do seu oponente e desenhou uma agradável lide, revelando a intuição que se lhe reconhece. Colocou vistosa ferragem, privilegiando os cites frontais, porém aliviando-se um pouco no centro da reunião, o que retirou algum impacto à sua lide, que, no entanto, foi sublinhada com fartos aplausos do conclave.
Francisco Cortes foi o marialva menos afortunado em termos de matéria-prima. Ainda assim, bregou de forma interessante, tendo de recorrer a algumas sortes sesgadas, bem desenhadas, pecando, apenas, por a ferragem ter ficado um pouco dispersa rematando a sua lide com um bom ferro de palmo.
Os Forcados Amadores de Monsaraz, em vésperas de digressão pelo México, deram boa conta do recado. Miguel Valadas consumou a sua sorte ao primeiro intento, a dobrar o seu companheiro César Ferreira, desfeiteado em duas tentativas anteriores, João Ramalho concretizou bem a sua sorte ao primeiro intento, bem ajudado pelo Grupo, e outro tanto se pode dizer de José Canete, que também se fechou bem na sua única tentativa.
O almeirinense Diogo Peseiro passou sem pena nem glória pelo tércio de capote, empregando-se bem na colocação de três valorosos pares de bandarilhas, que foram muito aplaudidos. Fazendo jus às boas condições de lide do seu oponente, rubricou uma vistosa e variada faena à base de derechazos, templados e de boa expressão. O espanhol Érik Olivera cumpriu sem grandes alardes, pois, o novilho que lhe coube em sorte também não ofereceu muitas alternativas, mas evidenciou boa técnica e muita vontade, pelo que o público o ovacionou. Finalmente, o jovem amador Gonçalo Alves, da Escola de Vila Franca, enfrentou um novilho com pouco recorrido, desenhando uma faena de compromisso, em que pôs no hastado aquilo que lhe faltava. Após um breve tércio de capote, destacou-se na colocação de dois meritórios pares de bandarilhas, e em seguida logrou consumar algumas tandas de derechazos e de naturais, repousados e com boa expressão.
Foi cumprido um minuto de silêncio em memória do saudoso matador Francisco Mendes, recentemente falecido em Madrid, e após as cortesias foi homenageado o aficionado local Manuel Ralo. Agostinho Borges dirigiu o festival com ponderação e acerto, assessorado pelo veterinário Dr. Carlos Santana. Sem um triunfador absoluto no Festival, apetece-nos dizer que, talvez, tenha triunfado o futuro da Festa, com estes jovens muito empenhados em fazer boa figura.