O presidente da Câmara de Abrantes disse estar “expectante na conversão da central termoeléctrica do Pego em central a biomassa”, na sequência do anúncio da cessação da produção da central a carvão até 2021.

“A notícia do encerramento da central a carvão no Pego não foi inesperada porque todos sabemos que a licença é válida até 2021 e que a administração há muito tempo está a trabalhar no sentido de encontrar novas soluções de funcionamento”, disse à Lusa o presidente da autarquia, Manuel Jorge Valamatos, tendo afirmado estar “expectante” relativamente à reconversão da produção de energia, substituindo o carvão pela biomassa.

O autarca defendeu que esta “pode ser uma excelente solução”, permitindo que a central “ganhe uma nova fonte de energia [substituindo o carvão pela biomassa], que a floresta ganhe um novo impulso e que os postos de trabalho continuem assegurados”, tendo feito notar que os accionistas da empresa instalada em Abrantes (Santarém) “há muito que estão a preparar-se através de reuniões com diversas entidades e desenvolvendo vários estudos técnicos e económicos para se posicionarem para esta reconversão, sabendo de antemão que a licença para produção de energia era válida até 2021”.

Manuel Valamatos lembrou que “parte da central termoeléctrica produz energia a partir de gás e outra parte, a mais substancial, a partir do carvão”, tendo referido que “é essa componente da fábrica que a administração quer adaptar” para produção de energia a partir de biomassa.

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), por sua vez, aprovou em Setembro, por unanimidade, uma recomendação ao Governo no sentido de “explorar o potencial da proposta da Tejo Energia para conversão da actual central termoeléctrica a carvão para resíduos florestais”, depois de uma reunião de trabalho que decorreu nas instalações da central.

Em comunicado, aquela entidade intermunicipal que agrega 13 municípios do Médio Tejo, entre eles o de Abrantes, deu conta de ter sido “com agrado” que os representantes da CIMT “ouviram da parte da administração da Tejo Energia que é intenção dos accionistas desenvolver um projecto ambicioso do ponto de vista ambiental, económico e social para além da data final do Contrato de Aquisição de Energia (CAE)”, que termina em Dezembro de 2021, “passando a funcionar a resíduos florestais já a partir de 2022”.

A presidente da entidade, Anabela Freitas, sublinhou que o projecto apresentado pela administração “é uma grande oportunidade” para manter na região um “equipamento de extrema relevância”, sendo hoje responsável por cerca de “300 postos de trabalho permanentes e mais de 800” pontuais.

Beatriz Milne, por sua vez, presidente executiva da Tejo Energia, disse na ocasião que “a conversão da Central do Pego para resíduos florestais vai permitir que se continue a garantir a segurança de abastecimento da rede através da produção de energia renovável, disponível em permanência, servindo de complemento a outras tecnologias intermitentes, o que trará vantagens ambientais, sociais e económicas não só para a região, como para o cumprimento dos desafios ambientais com que Portugal se comprometeu”.

O primeiro-ministro anunciou no sábado que o seu novo Governo está preparado para encerrar a central termoeléctrica do Pego no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em Setembro de 2023.

António Costa destacou esta medida no discurso que proferiu após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dado posse ao XXII Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

“Estou em condições de anunciar que iremos mesmo antecipar o encerramento da central termoelétrica do Pego para o final de 2021, e que a produção da central de Sines cessará totalmente em setembro de 2023, garantidas condições de perfeita segurança de abastecimento, após a conclusão das barragens do Alto Tâmega e de uma nova linha de alta tensão que abasteça o Algarve, já planeada e prevista para meados de 2022, e que permitirá iniciar o encerramento faseado de Sines”, declarou.

No programa eleitoral do PS, o calendário previsto para o encerramento destas centrais era mais distante: “Preparar o fim da produção de energia elétrica a partir de carvão, dando início a esse processo durante a legislatura, com vista ao encerramento ou reconversão das centrais termoelétricas do Pego até 2023 e de Sines entre 2025 e 2030”.

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