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O retorno das três etapas da Volta a Espanha de 2024 disputadas em Portugal vai ser superior ao esperado, defenderam as autarquias envolvidas no arranque da 79.ª edição da prova espanhola.

Numa apresentação da partida da Vuelta que nada acrescentou à conferência de imprensa realizada em Madrid, em 17 de setembro, que revelou que Portugal iria acolher as três primeiras tiradas da edição de 2024 da ‘grande’ espanhola, foi o retorno que a prova trará ao país a centrar as atenções.

Com uma ‘caravana’ esperada de 3.000 pessoas, entre equipas e comunicação social, a estimativa para retorno direto, em dormidas e consumo, ascende aos 500 mil euros diários, um número que permitiria duplicar o investimento feito nas três etapas lusas, orçamentado em dois milhões de euros.

“É uma aposta ganha. Este envolvimento destas três câmaras municipais na Vuelta significa que tem, de certeza absoluta, retorno. […] Acho que é bom para o turismo, é bom para as pessoas. Há uma organização extraordinária por detrás disto tudo. Vai haver uma realização mediática importante. Dá visibilidade às cidades, dá visibilidade ao país e, por trás dessa visibilidade, vem o retorno financeiro”, defendeu o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, durante a conferência de imprensa, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Já o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, declarou que é com “enorme regozijo” que a sua autarquia se associa ao arranque da Volta a Espanha, considerando que os números apontados para o retorno “são, de facto, muito conservadores”. “Acredito que o impacto vai ser ainda maior”, completou.

“Ter a Vuelta a começar em Portugal é um orgulho enorme para todos […]. Lisboa transformou-se e a nossa área metropolitana [transformou-se] numa área metropolitana que atrai estes eventos. […] A Vuelta quer estar muito em Lisboa, e Lisboa também quer muito a Vuelta. Os grandes eventos hoje querem estar connosco, aqui com Oeiras e Cascais, e isso é absolutamente extraordinário para o turismo”, defendeu o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, argumentando que o impacto mediático que o evento terá é incalculável em termos financeiros.

Mas nem só do retorno financeiro se falou nesta apresentação portuguesa do arranque Vuelta2024, cuja primeira etapa, um contrarrelógio de 11 quilómetros, vai começar junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e terminar na Praia da Torre, em Oeiras, em 17 de agosto.

A segunda etapa vai, depois, ligar Cascais a Ourém no dia 18, antes de os ciclistas rumarem ao interior, para uma ligação entre a Lousã e Castelo Branco em que a Serra da Estrela não ficará de fora.

“Este evento reúne três ‘C’: o primeiro ‘C’ que tem que ver com a comunicação, porque, de facto, dá um contributo muito grande para o reforço da notoriedade de Portugal no estrangeiro, porque é transmitido em direto para 190 países e porque mobiliza 1.000 jornalistas”, começou por enumerar o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços.

Nuno Fazenda indicou que o segundo ‘C’ diz respeito à coesão, uma vez que a Vuelta “parte de três belíssimas localidades”, mas depois vai percorrer e ficar no interior, tocando na Serra da Estrela. “Queremos turismo em todo o território e ao longo de todo o ano”, acrescentou.

“E um terceiro ‘C’, de cooperação. Este evento assinala também simbolicamente a boa cooperação de várias entidades. Mobiliza seis municípios, […] dois organismos regionais do Turismo, a que se junta também a parceria com a Federação Portuguesa de Ciclismo e também a cooperação bilateral entre dois países, Portugal e Espanha”, concluiu o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços.

Quanto à parte desportiva, coube ao presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) enaltecer a importância que as três etapas lusas da Vuelta terão para a modalidade.

“É com enorme satisfação que acolhemos a Volta a Espanha em Portugal. Já tivemos essa experiência em 1997 e foi um sucesso. […] Para o ciclismo português, a vantagem maior que temos é a valorização da modalidade. É um evento desafiador, com a nossa modalidade a querer fazer mais e melhor”, estimou Delmino Pereira.

Já o diretor da Vuelta destacou a magia da prova, “que é capaz de conectar territórios”. “No ano 2024, vai ser capaz de conectar países. A Volta vai ligar-nos não com os nossos vizinhos, mas com os nossos amigos, os nossos irmãos portugueses. Desde o ponto de vista emocional, esta é uma das partidas mais importantes que vamos ter”, afirmou.

Javier Guillén revelou que já houve visitas técnicas aos locais das primeiras tiradas da próxima edição da prova espanhola, mostrando-se confiante de que a organização, em parceria com as autarquias portuguesas, preparou “um extraordinário menu”.

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