Os 13 autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIM Médio Tejo) manifestaram hoje “preocupação com o serviço deficitário” que afirmam estar a ser prestado pelos Correios de Portugal, descontentamento que já fizeram chegar às autoridades responsáveis.
“Há um conjunto significativo de concelhos no Médio Tejo onde se reportam anomalias (…) muito significativas em termos de entrega de próprio correio, com impacto não apenas para os particulares, mas também, e de forma muito expressiva, para as empresas, que, em alguns casos, fizeram chegar às câmaras municipais a situação” com que estão confrontadas, disse à Lusa o secretário executivo da CIM Médio Tejo, com sede em Tomar.
Segundo Miguel Pombeiro, o Conselho Intermunicipal da CIM Médio Tejo deliberou “tomar uma posição sobre o assunto”, que enviou para os CTT e também para o regulador, a ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, reiterando que “a situação começa a ser, de alguma forma, preocupante” para os municípios da região.
“Os autarcas demonstraram preocupação com o serviço deficitário que está a ser prestado pelos Correios de Portugal, situação que se repete há já bastantes dias, e que nos tem vindo a criar alguns constrangimentos na nossa região e na grande maioria dos municípios do Médio Tejo”, sublinhou Miguel Pombeiro, tendo feito notar que as anomalias, que se verificavam de forma episódica, agudizaram-se “bastante nas últimas semanas, com atrasos muito significativos na entrega do correio”.
De acordo com o secretário executivo desta CIM, “os serviços dos CTT não estão a ser devidamente assegurados, estando vários sectores afectados, não só através da rede de distribuição postal (carteiros), como também na rede de atendimento (lojas), provocando atrasos diversos na entrega de correspondência nos vários concelhos da nossa região”.
Esta preocupação “prende-se com os atrasos que se têm verificado de uma semana, quinze dias, com a entrega de correspondência que acaba por chegar em alguns casos fora de prazo, e em algumas situações com pagamentos já vencidos”.
Em comunicado, a CIM Médio Tejo afirma que, “numa altura em que o país já por si só se encontra fortemente debilitado fruto da pandemia, é de lamentar que situações destas aconteçam neste período”, sublinhando que as “empresas estão a passar por inúmeras dificuldades, muitas delas já em situação de ‘lay-off’, e vêm-se condicionadas nas entregas e recebimento de encomendas” junto dos serviços dos CTT.
“Face aos constrangimentos diversos que tal tem vindo a provocar nesta região, situação esta que é generalizada, os autarcas deliberam por unanimidade tornar pública esta preocupação, bem como transmiti-la aos CTT e à própria ANACOM”, conclui.
Com uma área geográfica de 3.344 quilómetros quadrados, a CIM do Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, do distrito de Santarém, e Sertã e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco), com um total de 247.330 habitantes (censos 2011).