Uma das lagoas de lixiviados da Resitejo, no Eco Parque do Relvão, no concelho da Chamusca, abateu e provocou um derrame com volume considerável de efluentes, no passado dia 8 de Março, causando impactos em campos agrícolas e na linhas de água junto ao rio Tejo, perto da localidade de Arripiado.

A situação que foi confirmada pelo presidente da Câmara Municipal da Chamusca e também presidente da Resitejo, Paulo Queimado, em declarações ao jornal online mediotejo.net.

O responsável adiantou à mesma publicação que a estrutura de armazenamento de lixiviados foi, entretanto, reparada e as terras poluídas pela descarga recolhidas e armazenadas em aterro, admitindo ainda, que a Resitejo “não tem actualmente capacidade para armazenar mais efluentes e que o volume contratado com a empresa que faz o tratamento de lixiviado, a Ecodeal, é insuficiente”.

No dia seguinte, uma equipa do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) deslocou-se ao local do derrame para averiguar o sucedido e inspeccionar as condições da lagoa.

Esta situação levou o Bloco de Esquerda a questionar o Governo, através Ministro do Ambiente e da Ação Climática, a quem pediu responsabilidades no caso.

Em nota de imprensa, o Bloco de Esquerda considera “inaceitável que aterro sanitário da Resitejo não esteja preparado para direccionar lixiviados para lagoas de retenção de segurança no caso de ocorrência de situações graves como a do dia 8 de Março”.

O partido afirma que é também “incompreensível que a Resitejo não tenha acautelado atempadamente o adequado armazenamento e tratamento de lixiviados que lhe compete processar”.

“Além do apuramento de responsabilidades, o Bloco de Esquerda exige que se avaliem todos os danos ambientais provocados pela descarga poluente e, se for necessário, se proceda à remediação dos solos, à despoluição das massas de água e à recuperação da biodiversidade afectada. É ainda imperioso concretizar todas as medidas necessárias para evitar que se repitam situações semelhantes ao sucedido no aterro sanitário da Resitejo no dia 8 de Março”, lê-se na mesma nota.

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