Fabíola Cardoso, deputada do Bloco de Esquerda (BE) eleita à Assembleia da República pelo distrito de Santarém, apresentou no dia 30 de Janeiro, no Parlamento, uma pergunta dirigida ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre os constantes acidentes de trabalho na Resitejo, Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo.

Num comunicado enviado ao Correio do Ribatejo, a deputado do BE diz-se ” preocupada com a sucessão de problemas na Resitejo” referindo que entre 2014 e 2020 “foram identificados vários casos de acidentes de trabalho na Resitejo, dos quais dois resultaram em morte, conforme notícias relatadas ao longo dos anos pela imprensa regional”.

A primeira morte ocorreu em Janeiro de 2018. Passados dois anos, precisamente neste mês Janeiro, ocorreu a segunda morte, de um operador de empilhador, de 51 anos de idade, na estação de triagem da Resitejo, na Carregueira, Chamusca, acrescenta a mesma nota

O Bloco de Esquerda assinala que “para além de graves ferimentos de funcionários divulgados”, tem ainda conhecimento de “outros casos não noticiados e tem acompanhado a situação dos trabalhadores, denunciando as más condições de trabalho”.

A deputada questionou directamente a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Entre as várias questões colocadas sobre condições de trabalho, prevenção dos sinistros e as acções da ACT na empresa, destaca-se uma sobre que “medidas pretende o Governo tomar junto da associação Resitejo com vista a combater a sinistralidade laboral e a garantir o respeito pelas regras de saúde e segurança no trabalho?”

O Bloco de Esquerda conclui a nota dizendo que irá continuar “a acompanhar de perto esta situação até que as condições de higiene e segurança sejam garantidas a todos os trabalhadores”.

Questionado pela Lusa, o administrador delegado da Resitejo, Diamantino Duarte, confirmou a ocorrência de duas mortes em acidentes de trabalho, a última das quais na sequência do choque de uma empilhadora com uma viga, as quais lamentou, mas que negou decorrerem de falhas no cumprimento das normas de higiene e segurança no trabalho.

“Em 20 anos de actividade, tivemos dois acidentes mortais e quatro graves”, disse, adiantando que têm ocorrido outros acidentes ligeiros, que derivam frequentemente de distracções e de algum “facilitismo” dos próprios funcionários.

Diamantino Duarte afirmou que, sempre que há um acidente de trabalho, este é comunicado à ACT, que “normalmente recomenda medidas de correcção”, que, assegurou, têm sido seguidas.

“Todos os nossos serviços funcionam de acordo com a lei, existe uma equipa de higiene, segurança e saúde no trabalho e todos os trabalhadores que operam com equipamentos têm formação”, disse, sublinhando que a entidade é “fiscalizada e auditada com frequência”.

O administrador da Resitejo disse que dos cerca de 290 funcionários da unidade, apenas 25 trabalham em horário nocturno.

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