Foto do arquivo

A Câmara de Abrantes, no distrito de Santarém, disse hoje que o projecto de requalificação da ribeira de Rio de Moinhos “está a ser escrupulosamente cumprido”, com transparência e “seguindo as melhores práticas”.

“O projecto está a ser escrupulosamente cumprido, estando a ser implementado com total transparência, seguindo as melhores práticas, e conta com a aprovação técnica das inúmeras autoridades nacionais competentes nesta matéria”, afirmou hoje num comunicado o município de Abrantes.

A autarquia reagia assim às acusações da associação Zero que, na segunda-feira, alertou para a “destruição ambiental” da ribeira de Rio de Moinhos devido ao projecto de requalificação.

Segundo a Zero, aquela intervenção “resultou na completa descaracterização” da zona e pode causar “graves impactes ambientais”.

No dia seguinte, vários membros da Zero deslocaram-se à obra, juntamente com alguns populares e representantes da CDU de Abrantes e do movimento ALTERNATIVAcom, e declararam, numa ação simbólica, “a morte” da ribeira como “alerta para a destruição ambiental devido ao projecto de requalificação” que ali decorre.

O município de Abrantes disse hoje que “respeita e defende a liberdade de expressão, o direito à opinião, ao protesto e ao recurso aos tribunais num estado de direto democrático”, afirmando também que “não deixará de exercer os seus direitos na proteção da sua reputação e assegurar a verdade dos factos”.

No comunicado, a Câmara de Abrantes manifesta ainda a sua “total confiança no desenvolvimento de todo este processo, reiterando o seu compromisso com a proteção da sua comunidade”.

Na “nota de esclarecimento”, o município lembra que as inundações na zona da ribeira “têm sido recorrentes nos últimos anos e têm causado graves danos e prejuízos às populações de Rio de Moinhos e Aldeia do Mato”.

Como “exemplo catastrófico disso mesmo” referiu a tempestade Elsa, ocorrida em dezembro de 2019, que provocou a “destruição das margens, das condutas de abastecimento de água, de pontões, açudes de regadio, passagens hidráulicas e de arruamentos, além de ter inclusivamente inundado habitações e destruído terrenos agrícolas”.

Nesse sentido, continua, o executivo municipal considerou “prioritária a concretização de um projecto de requalificação de linhas de água e de reabilitação da Rede Hidrográfica da ribeira de Rio de Moinhos que fosse capaz de prevenir situações de risco de cheia, protegendo-se dessa forma as infraestruturas, as pessoas e os bens”, tendo sido elaborado um projeto, validado por várias entidades, como o Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Um protocolo assinado com a APA, em 2021, definiu as características da intervenção, como sejam “a recuperação das condições naturais de escoamento das linhas de água, a melhoria da qualidade das massas de água, a estabilização de margens, a prevenção da erosão, a consolidação da galeria ripícola, a promoção da biodiversidade e a promoção da defesa de pessoas e bens contra as cheias”.

O projecto, sublinha a autarquia, “esteve disponível para consulta” (…) e “foi amplamente divulgado”, tendo sido “aprovado por unanimidade por todas as forças políticas na reunião de Câmara Municipal de 10 de janeiro de 2023”, a par das Assembleias da União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto e da Freguesia de Rio de Moinhos, que, indica, “manifestaram de forma unânime e publicamente o seu apoio à intervenção na ribeira”.

O município diz ainda que “realizou reuniões de forma individual com os proprietários dos terrenos confinantes com a ribeira de Rio de Moinhos, sendo que mais de 100 proprietários autorizaram a implementação do projecto e têm colaborado” com a Câmara, e “apenas seis se opuseram” ao projecto.

“Um apoio esmagador que demonstra de forma inequívoca que a comunidade, especialmente aqueles que diretamente têm sido mais afetados pelas cheias ao longo dos anos, está firmemente ao lado desta intervenção”, pode ler-se na mesma nota.

O município conclui ao afirmar que, “por parte deste pequeno grupo de proprietários contestatários do projecto, foram intentadas participações judiciais, queixas ao Ministério Público e duas providências cautelares”, tendo indicado que, “até este momento, todas as decisões judiciais têm sido sistematicamente favoráveis ao município de Abrantes”.

Leia também...
Foto de arquivo

Câmara Municipal do Cartaxo associa-se a campanha de prevenção rodoviária

A Câmara Municipal do Cartaxo associou-se à iniciativa promovida pela Ascendi, em…

Seis distritos sob aviso vermelho por causa do calor

O aviso vermelho para hoje devido ao calor foi alargado aos distritos…

Dona de lar multada em 540 euros por cremar corpo de idosa sem conhecimento da família

O Tribunal de Santarém condenou hoje a proprietária de um lar de…

Lisboa e Vale do Tejo com 8 urgências de pediatria abertas 24 horas no verão

Oito das 14 urgências de pediatria da região de Lisboa vão estar…