O Festival de Órgão de Santarém (FÓS) regressa à cidade de 10 de Novembro a 03 de Dezembro, com a programação da quinta edição reforçada e alargada no tempo e no espaço, tendo em vista a “afirmação” do evento.

“Este ano, o que a gente espera é que [o FÓS] dê um salto significativo através de um conjunto de apostas largas no seu desenvolvimento, no seu crescimento, e na sua afirmação como marca identitária e identificativa da cidade e de Santarém, de um modo mais lato que a cidade”, disse hoje à Lusa Nuno Domingos, vereador da Cultura da Câmara Municipal local.

O FÓS, cuja quinta edição foi apresentada hoje no Museu Diocesano de Santarém, decorre nas igrejas que acolhem os sete órgãos de tubos existentes na cidade, seis deles considerados “exemplares magníficos da organaria ibérica”, com um cartaz que anuncia concertos com András Gábor Virágh, Fernando Miguel Jalôto, João Santos, Sérgio Silva, Sílvio Vicente, Moços do Coro, Canto Mensurable e Metáfora das Flores, entre outros.

Para além de “mostrar que o órgão histórico é capaz de ter expressões contemporâneas […], quer seja na parte musical quer seja em complemento a outras artes”, como a dança, a poesia ou o cinema, o evento vai contar ainda com sons de outros instrumentos, como o saltério, o cravo, o harmónio e as flautas, levando espetáculos a todas as vilas do concelho.

“Nesse sentido, o festival vai começar 15 dias antes [alargando o FÓS de duas para quatro semanas], com um ciclo de intervenções nas seis vilas do concelho”, de 10 a 12 de novembro, denominado “óH! Poetral”, uma forma de fomentar a “acessibilidade” a novos públicos, indicou o vereador.

Organizado pelo município, em parceria com a Diocese de Santarém e a Santa Casa da Misericórdia da cidade, o FÓS promove, no total, cerca de 50 ações, e, este ano, pela primeira vez, nas igrejas das seis vilas do concelho (Tremês, Alcanede, Pernes, Alcanhões, Vale de Santarém e Amiais de Baixo) e em várias igrejas e “palcos informais e improváveis” do centro histórico de Santarém, envolvendo mais de uma centena de músicos, entre organistas e cantores, solistas e ensembles, coros e formações instrumentais.

Em Santarém, a Catedral de Santarém e as Igrejas de Marvila, da Misericórdia, de Alcáçova, da Piedade, de S. Nicolau e a Capela Dourada da Igreja de Jesus Cristo serão a “casa comum de uma experiência musical rica e diversificada, no âmbito da música sacra”, indicou o município, em comunicado.

O concerto de abertura do festival dos órgãos históricos vai decorrer na Catedral de Santarém, no dia 24 de novembro, às 21:30, protagonizado por Frederico Dinis, compositor e intérprete audiovisual, e pelo Ensemble Vocal Moços do Coro, sob direção musical de Nuno Miguel de Almeida.

Entre as múltiplas iniciativas anunciadas, destaque, no dia 25 de Novembro, para o “Free Organ Day” uma “montra viva” para o público explorar os seis espaços e as sonoridades dos seis órgãos históricos de Santarém, num cartaz que inclui ainda ‘masterclasses’, conversas, experiências multissensoriais em recitais e concertos, a par do Poetral “Uma Vida Incendiada pela Luz”, no dia 01 de Dezembro, uma homenagem poética a Luiza Andaluz e uma evocação do centenário da fundação da Congregação das Servas de N. Sr.ª de Fátima.

No último dia do FÓS, em 03 de Dezembro, a Catedral de Santarém acolhe uma missa dominical acompanhada pela Schola Cantorum, da Catedral de Santarém, sob direção musical de Miguel La Feria, e com o organista titular da Catedral, David Paccetti Correia.

“Desde 2009 que Santarém se tornou na cidade portuguesa que reivindica o título de reunir mais órgãos antigos, em perfeito funcionamento, dentro do centro histórico”, afirma uma nota de divulgação do FÓS.

Em 2007 e 2008 foram restaurados seis órgãos pelos organeiros Dinarte Machado e Nuno Rigaud, nomeadamente, nas igrejas de Marvila, da Sé, da Piedade, do Monte, da Misericórdia e de São Nicolau.

“Quatro têm a marca dos mais destacados mestres de organaria portuguesa do fim do século XVIII e início do XIX: António Xavier Machado Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes”, salienta.

O último órgão a ser restaurado foi o da Igreja de Santa Maria da Alcáçova em 2015.

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