O Ministério Público de Benavente acusou hoje uma carteira pela prática de 35 crimes de peculato, 22 crimes de violação de correspondência e outros tantos de burla informática e nas comunicações.
Em comunicado, a Procuradoria da Comarca de Santarém afirma que a investigação, dirigida pelo Ministério Público em colaboração com a GNR, permitiu identificar mais lesados que os que tinham permitido a identificação e detenção da arguida no passado dia 14 de junho.
A acusação, deduzida pela secção de Benavente do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Santarém, “apurou que, entre 17 de outubro de 2017 e 14 de junho de 2018, enquanto trabalhadora de uma empresa subcontratada pela estação de correios de Salvaterra de Magos para distribuição de correspondência, a arguida aproveitou tal circunstância para se apossar de cartões de crédito ‘Universo’ e de alguns emitidos por outras instituições de crédito, bem como dos correspondentes códigos de acesso enviados por via postal”.
Segundo a acusação, a mulher apossou-se ainda de outra correspondência, “que permitiu o acesso ao número de identificação fiscal dos destinatários dos cartões, pois que apenas assim poderia proceder à ativação daqueles”.
Durante aquele período “logrou proceder ao levantamento em caixas automáticas de várias localidades dos concelhos de Benavente, Azambuja, Salvaterra de Magos e Coruche de, pelo menos, 15.370 euros, por utilização de cartões emitidos em nome de 22 pessoas diferentes”.
Detida a 14 de junho pela GNR, a mulher, de 40 anos, residente em Valada (Cartaxo), foi inicialmente indiciada por ter lesado 15 vítimas em cerca de 10.000 euros, tendo ficado a aguardar julgamento em liberdade, com obrigação de apresentações periódicas no posto da sua área de residência.
Segundo a Procuradoria, não tendo sido requerida instrução pela arguida, o julgamento irá decorrer em Santarém, perante tribunal colectivo.