Os carteiros do Centro de Distribuição Postal de Santarém decidiram prolongar até 12 de Abril a greve parcial que haviam convocado até 30 de Março, alegando “falta de respostas e autoritarismo da administração dos CTT”.
Em comunicado, a União dos Sindicatos de Santarém (USS/CGTP-In) afirma que a greve, a decorrer desde o passado dia 13 à primeira hora do horário da manhã e que, desde hoje, passou para as duas primeiras horas, vai prosseguir até 12 de Abril.
“Para além do descontentamento já existente com a falta de condições de trabalho e com as dimensões dos ‘giros’ de distribuição que chegam a alcançar 120 quilómetros diários, os trabalhadores queixam-se de intimidações e de proibição de estacionamento das viaturas no parque da empresa durante o período de greve”, afirma o comunicado.
Dina Serrenho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), disse à Lusa na véspera do início da paralisação que esta greve parcial visa, essencialmente, dizer às populações que “o carteiro não tem culpa” pelo “mau serviço” que se vê obrigado a prestar, dada a dimensão dos “giros” que lhes estão atribuídos.
“As voltas são cada vez mais largas. Há lugares que estão duas a três semanas sem correio. Procuramos cobrir o prioritário e mesmo esse, às vezes, vem para trás”, afirmou, alertando para o agravamento da situação no período das férias.
Para o sindicato, a qualidade do serviço ficaria garantida com a contratação de mais cinco carteiros.
Segundo a sindicalista, os cerca de 40 carteiros deste Centro de Distribuição Postal (CDP) “estão muito cansados”, situação agravada pelas condições do edifício onde trabalham em Santarém.
Questionada na altura pela Lusa, a empresa afirmou respeitar o direito à greve, mas rejeitou as críticas feitas pelo SNTCT, considerando que esta tomada de posição coloca “em causa a normal distribuição de correio na região servida pelo Centro de Distribuição Postal de Santarém”.
Fonte oficial dos CTT declarou que o CDP de Santarém “conta actualmente com os recursos adequados à actividade, de acordo com as metodologias e ferramentas de dotação de recursos” da empresa, “inclusive com um quadro de pessoal superior ao número de giros para prever as normais situações de absentismo”.
Por outro lado, assegurou que as actuais instalações “reúnem todas as condições de trabalho, mesmo nos locais sem luz natural”.
A empresa afirmou que o CDP de Santarém “cumpre os dois indicadores de qualidade de registos e tudo o que está previsto no âmbito do contrato de concessão do Serviço Postal Universal”, rejeitando que “algumas localidades estejam sem receber correspondência durante semanas”.