Os CTT comprometeram-se a reforçar os centros de distribuição postal (CDP) “onde se justifique esse reforço”, respondendo a necessidades imediatas e à evolução do tráfego de correio, bem como a desviar uma parte dos volumes para outros meios de distribuição.

Questionada pela Lusa na sequência do anúncio da suspensão da greve parcial dos carteiros do Centro de Distribuição Postal de Abrantes, a empresa confirmou que assumiu com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) o compromisso de reforçar este CDP “e outros onde se justifique esse reforço, tendo em conta as necessidades imediatas e a evolução do tráfego de correio, tradicionalmente mais reduzido nos meses de Verão”.

Por outro lado, decidiu “desviar para outros meios de distribuição, como a CTT Expresso, uma parte dos volumes (nomeadamente pacotes) recebidos e que excedem a quantidade prevista nos estudos da empresa”.

No caso do CDP de Abrantes, cujos trabalhadores suspenderam, terça-feira, a greve parcial que mantinham há um mês, a empresa confirma que “a equipa será reforçada em número suficiente de pessoas e horas de trabalho, estando a definição deste número dependente da avaliação interna das recepções de tráfego e das necessidades operacionais respeitantes às ausências dos trabalhadores, nomeadamente, por motivo de férias”.

“Os CTT estão a reforçar os recursos humanos, contando actualmente com mais cinco funcionários temporários, mas com o objectivo de ter um reforço de oito colaboradores temporários, estando em análise outros apoios e reforços que se considerem necessários para ultrapassar eventuais constrangimentos que ainda existam neste CDP”, afirma a empresa.

O CDP de Abrantes abrange, além deste concelho, também Constância, Sardoal e Gavião.

Os CTT sublinham o impacto das greves que os carteiros têm vindo a manter na distribuição dos envios postais, agravado pelo contexto da pandemia da covid-19, assegurando que tem “prontamente gerido” esta situação, “designadamente através do reforço de recursos humanos, processo este, contudo, bastante dificultado neste período de Verão caracterizado pela existência de férias”.

Sobre o CDP de Santarém, que abrange também os concelhos de Almeirim e de Alpiarça, e cujos trabalhadores terminaram em 30 de Junho uma greve parcial e têm novo plenário agendado para sexta-feira, a empresa afirma que se regista “actualmente uma redução do tráfego de correio, tal como habitualmente acontece nos meses de Verão”.

“Ainda assim, está previsto o reforço da capacidade de distribuição para muito breve, desde que ultrapassado o actual constrangimento, sendo que importa referir que a distribuição de correio neste centro se encontra estável desde o último pré-aviso de greve que terminou a 30 de Junho”, adianta.

Sobre a situação no centro de distribuição postal de Rio Maior, onde os pré-avisos de greve foram suspensos, os CTT afirmam que apresenta igualmente um decréscimo no tráfego de correio, “tal como é natural nos meses de Verão”, sendo que têm sido feitos reforços “sempre que necessário”, estando a distribuição “controlada desde o último pré-aviso de greve”.

Nestes três CDP do distrito de Santarém existe um total de 73 giros – 26 em Abrantes, 38 em Santarém e 19 em Rio Maior -, assegurando a empresa que, quer em Santarém quer em Rio Maior, “existem mais trabalhadores do que os giros definidos”.

“Os CTT recordam que estão em constante avaliação da sua rede, analisando as necessidades de reforço de recursos humanos a todo o momento”, afirma a empresa, acrescentando que, “nos meses de Verão, o tráfego de correio tradicionalmente cai em volume e quantidade, mais significativamente nos meses de Julho e Agosto, começando a recuperar nos meses de Setembro e Outubro”.

Os carteiros têm vindo a fazer greves diárias de duas horas em protesto contra a falta de recursos humanos e a dificuldade em cumprir os giros, com o SNTCT a assegurar que “há milhares de correspondências para entregar”.

A dirigente do sindicato Dina Serrenho disse à Lusa que a forma de luta adoptada pelos carteiros foi “uma maneira de chamar a atenção” para a falta de recursos humanos, com impactos na qualidade do serviço prestado.

Segundo a sindicalista, esta forma de protesto está a “custar muito” aos trabalhadores, não só financeiramente, pelo que recebem a menos no final do mês, mas também “no aspecto psicológico”, dada a “pressão, quer da população, como do facto de ter encaixotado milhares de correspondências” que queriam estar a colocar na rua.

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