O Centro Cultural Recreativo Fontaínhas Graínho (CCRFG) assinalou o seu 50.º Aniversário com uma sessão solene no passado sábado (dia 8) e um almoço comemorativo no domingo (dia 9) que contou com a presença de centena e meia de associados.

A sessão solene de sábado, pelas 16h00, contou com as presenças do presidente da Câmara de Santarém, João Teixeira Leite; de Diamantino Duarte, presidente da União de Freguesias de Santarém, do vereador Alfredo Amante e do presidente da Confederação Portuguesa de Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), João Bernardino, para além do presidente da Assembleia Geral do CCRFG, Jorge Luís Oliveira e do presidente da Direcção, Luís Ferreira.

Foram homenageados os associados com 50 anos de filiação, agraciados com uma placa comemorativa e os sócios com 25 anos com diploma.

A sessão contou com as actuações do Rancho Folclórico do Bairro de Santarém, Fados de Coimbra pelo Grupo de Guitarra e Canto do Centro Cultural Regional de Santarém, e apresentações da Oficina de Bandolim e da Escola de Karaté das Fontainhas.

Usaram da palavra os representantes das entidades convidadas para a mesa protocolar da sessão, deixando todos eles palavras de reconhecimento pelo caminho percorrido até aqui. 

João Bernardino, presidente da CPCCRD, depois da sua intervenção, agraciou o Centro Cultural com o Galardão de ‘Mérito Associativo’ pelo 50.º Aniversário da Colectividade.

Coube a Luís Ferreira agradecer todas as referências elogiosas perlo trabalho desenvolvido por aquele Centro Cultural ao longo de cinco décadas: “A comemoração de um aniversário é sempre um dia especial, de festa e de convívio, no caso do CCRFG com mais de 300 associados. Ao longo destes 50 anos muitas pessoas passaram pelo destino desta colectividade, certamente todos com muito trabalho, empenho e dedicação, sem isso seria difícil ou até mesmo impossível termos chegado ao meio século de existência”, sublinhou o presidente da direcção, que não esqueceu todos os que não fazendo parte dos órgãos sociais, ao longo dos anos, sempre estiveram disponíveis para ajudar.

“O aniversário de uma colectividade, convida sempre a um olhar sobre o passado, sobre o que já se fez até chegarmos aqui, nomeadamente, acções de solidariedade, que é nisto também que as colectividades devem ter um papel fundamental na sociedade”, observou, sem que não deixasse de olhar também para o futuro: “o que há de bom para manter e o que há para melhorar, tanto quanto possível, onde incluo a necessidade urgente de serem realizadas  obras que tornem o nosso espaço mais atractivo e agradável”.

Luís Ferreira deixou claro que não sendo o espaço propriedade do Centro Cultural – uma aspiração antiga – “torna-se mais difícil encarar o futuro”, solicitando às entidades presentes, nomeadamente Câmara e União de Freguesias da Cidade que “não abandonem os mais de 300 associados do CCRFG”, sobretudo nesse objectivo.

50 Anos ao serviço da comunidade

Coube ao presidente da Assembleia Geral do CCRFG, Jorge Luís Oliveira, traçar a história da colectividade desde a sua fundação até aos nossos dias, principiando com um minuto de silêncio em memória dos que partiram.

A Colectividade foi fundada a 8 de Março de 1975 e logo após o 25 de Abril de 1974, aqui na zona, não havia nenhuma associação, nenhum espaço de convívio, apenas algumas tabernas, tais como o ‘Zé da Volta’, o ‘Faísca’, o ‘Zé Domingos’ e o ‘Horta’, onde as pessoas se encontravam.

“Foi a partir dos bailes de carnaval de 1975, e em boa hora, que um grupo de pessoas das aldeias de Fontainhas e Grainho se juntou, organizou e decidiu formar esta colectividade”, começou por explicar.

Os sócios fundadores que vieram a registar por escritura esta colectividade, no dia 27 de Maio de 1975, foram João Lopes, Vítor Frade, Manuel Cotrim, Joaquim Matias, Fernando Pinto (Vital), Norberto Duarte e Carlos Fonseca.

O edifício onde funciona a colectividade era um lagar de azeite que foi desactivado há muitos anos. De seguida funcionou como armazém agrícola por onde passou Celestino Graça, daí que ainda antes, em 1955, fosse formado o Rancho Folclórico do Bairro de Santarém que funcionou até 1970. Depois de um interregno, foi reactivado em 1979, aproveitando a dinâmica da colectividade e das festas ali realizadas, sendo a sua actuação de reinício nas comemorações do aniversário da colectividade em Março de 1980. 

“Serviu este espaço para levarmos a efeito os bailes, na altura, em média dois por mês, pois naquele tempo eram muito frequentados dado ser um espaço de encontro e onde se começavam muitos namoricos”, explicou Jorge Luís Oliveira.

“E para preparar um baile, de início, era preciso pedir água aos vizinhos, fazê-la aqui chegar, nomeadamente, esticar canos para encher uma cisterna que havia ao lado para apoio”, recorda.

Um bar que à época “era dividido em bar de homens e bar de senhoras, e um homem só entrava no bar das senhoras quando havia a moda ‘damas ao buffet,’” salienta.

“Já agora, deixem-me citar uma parte do regulamento Interno do CCRFG sobre as entradas nos bailes na altura, para verem como a adesão era imensa: “os sócios solteiros participam com 50% das entradas nos bailes e os casados darão o que quiserem.”. 

“Qualquer sócio em pleno gozo dos seus direitos, pode apresentar em dias festivos, 3 convidados estranhos à colectividade, mas que para efeito de dançar terá de pagar 50% do valor das entradas,” recorda.

Havia o mestre de sala, para aguentar na entrada no salão onde havia um varão a dividir o espaço em que se encontravam as moças e as mães por detrás, dado que só podiam entrar quando a música começava a tocar.

As pessoas contribuíam dentro das suas possibilidades, nos bailes de beneficência, na oferta e compra de fogaças, na ‘moda da rosa’, ‘moda dos casados’, ou nas ‘damas ao buffet’.

Para Jorge Luís, o CCRFG tem desenvolvido um trabalho “permanente e insubstituível”, pois apresenta umas instalações dignas para estar ao serviço da comunidade, sendo um espaço de ponto de encontro nestas aldeias de Fontaínhas e de Graínho, 

Na sua intervenção, o presidente da Assembleia Geral do Centro Cultural recordou que a então denominada Casa Grande era o seu ponto de encontro, de que se destacam os Bailes que ajudaram à sua fundação, ou onde se encontravam para ver Cinema com casa cheia, e, até, onde pela primeira vez assistiam a espetáculos de Teatro.

Foi constituída como Centro de Cultura e Desporto do INATEL, integrou a Comissão de Moradores das Fontainhas (1975), acolheu o reaparecimento, em 1979, do Rancho Folclórico do Bairro de Santarém, Graínho e Fontaínhas, sede do mesmo até aos dias de hoje e onde o mesmo desenvolve toda a sua dinâmica social, actividade esta de reconhecido mérito, comprovado por ter recebido a Medalha de Ouro da Cidade, atribuída pela Câmara Municipal de Santarém.

O CCRFG apoia a Escola Básica das Fontainhas, desde as suas Festas Anuais, a Festa das Sopas organizada pela Associação de Pais, como espaço livre para lazer das crianças, e, quando na altura de grandes obras de remodelação da Escola no ano lectivo 2004/2005, ter funcionado como espaço escolar de modo a agilizar a vida às famílias e, sobretudo, às crianças, que desde cedo interagem com a mais valia que um Centro desta natureza significa para a comunidade.

Acolhe ainda um espaço museológico, com exposição permanente do historial do CCRFG e das secções que congrega.

Em 15 de Fevereiro 2002, foi possível através de um protocolo assinado entre a colectividade e o IPJ “Programa Geração Millennium 2.0”, ter um Espaço Internet, levando os jovens destas localidades a frequentarem o mesmo, onde ainda era raro estes acessos.

É ainda espaço da Escola de Karaté das Fontainhas, mas também de baptizados, casamentos e outros convívios.

De realçar que esta Colectividade tem a funcionar um bar ao longo do ano, com o trabalho voluntário dos seus dirigentes, pois é a sua principal fonte de receita.

A sessão do dia 8 terminou com um beberete convívio e o corte do bolo do 50.º Aniversário.

Leia também...

Cartaxo assinala Dia Internacional da Família

O dia comemorativo, que se celebra anualmente a 15 de Maio, vai…

Benavente celebrou o Dia da Criança com insufláveis e jogos tradicionais

A Câmara Municipal de Benavente celebrou o Dia Mundial da Criança numa…
Foto ilustrativa

Cabaz de alimentos com IVA zero aumenta quase 7 euros entre Abril e Dezembro

A isenção de IVA de 46 categorias de alimentos acaba hoje, sendo…

Festa do Fado abre comemorações do 25 de Abril

O Cineteatro São João, no Entroncamento, acolhe sábado “a grande festa do…