A coordenadora da CGTP-IN exigiu em Alpiarça a actualização “imediata” do salário mínimo para 850 euros para os cerca de 200 trabalhadores da empresa Monliz, que no passado dia 5 cumpriram um dia de greve para reivindicar melhores condições de trabalho.
“Viemos dar confiança aos trabalhadores e dizer que com a luta nós vamos conseguir objectivos na sua reivindicação, justíssima, do salário mínimo na empresa de 850 euros, mas também da negociação do contracto colectivo de trabalho e do caderno reivindicativo que apresentaram e que a empresa se tem recusado a negociar”, disse Isabel Camarinha em Alpiarça, onde esteve com os trabalhadores em greve da empresa Monliz, empresa de transformação de produtos hortícolas congelados.
Segundo a dirigente sindical, a sua presença na greve visa dar “alento” aos trabalhadores e reforçar a “exigência dessa negociação” com a empresa, tendo apelado aos administradores da Monliz que “dialoguem e negoceiem com os trabalhadores as suas reivindicações e dêem resposta aos seus anseios e aos seus problemas”, numa mensagem que estendeu “a todos os trabalhadores” do país “que estão em luta por melhores condições de vida e de trabalho”.
Convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar, os trabalhadores da empresa do Grupo Ardo cumpriram a 5 de Julho um dia de greve para exigir aumentos salariais, a negociação da contratação colectiva para o sector do frio, 25 dias de férias, 35 horas semanais e a negociação do caderno reivindicativo para 2023.
Marcos Rebocho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC), disse à Lusa que a greve “atingiu os 50% de adesão no turno da noite e da manhã, paralisando metade das linhas de produção”, e que o turno da tarde “vai ter uma adesão de 80%” dos trabalhadores de uma empresa que conta com 200 funcionários a tempo inteiro e cerca de uma centena de forma sazonal.
O dirigente sindical disse ainda que o caderno reivindicativo entregue à empresa exige “um aumento com efeitos imediatos de 70 euros” dos salários médios (de 780 para 850 euros), a par da “negociação da contratação colectiva para o sector do frio”, que está “sem actualização desde 2003”, e o “cumprimento dos horários de laboração contínua”, nomeadamente dois dias de folga consecutivos e um fim de semana por mês.