A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo aprovou um orçamento recorde de 25 milhões de euros para 2026, com a mobilidade a representar cerca de 60% do investimento, reforçando a coesão territorial e projetando a competitividade, resiliência e sustentabilidade.
“Este é o maior orçamento de sempre da CIM. O eixo da mobilidade representa cerca de 60% do investimento total e está interligado com o facto de sermos autoridade de gestão dos transportes públicos. Turismo digital, ambiente, educação e áreas sociais somam cerca de 30%, mas a competitividade, inovação e resiliência territorial são apostas essenciais para o futuro da região”, disse hoje à Lusa o presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos.
A CIM agrega 11 municípios do distrito de Santarém — Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha — e tem sede em Tomar.
Na mobilidade, estão previstos cerca de 13 milhões de euros (ME) para o serviço meioE – Transporte a Pedido, integração bilhética com o LINK, criação do Passe Mensal LINK e expansão da rede de bicicletas elétricas meioB ao concelho do Sardoal, promovendo percursos cicláveis intermunicipais e alternativas sustentáveis ao automóvel.
“Este é claramente o grande eixo estruturante de 2026”, sublinhou Manuel Jorge Valamatos, que é também presidente da Câmara de Abrantes (PS).
No ambiente, turismo e produtos endógenos, cerca de 16% do orçamento (3,6 ME) destina-se aos Produtos Turísticos Integrados Médio Tejo 2030, ao projeto Castelo de Bode 365 e a parcerias PROVERE, valorizando recursos naturais, culturais e patrimoniais.
A transição digital, território inteligente e economia do conhecimento terão 3,3 ME, reforçando plataformas de gestão urbana e a estratégia Smart Region.
A área social e educação representam 6% do orçamento (1,3 ME), com destaque para o PEDIME – Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal da Educação –, promoção do sucesso educativo, prevenção da violência doméstica, igualdade de género, inclusão social e apoio a pessoas com deficiência.
A competitividade, inovação e investimento somam 2,5% (565 mil euros), destinados a ecossistemas de inovação, zona livre tecnológica, energias renováveis, internacionalização empresarial e empreendedorismo.
Na proteção civil e gestão florestal, a CIM continuará a investir nas brigadas de sapadores, videovigilância, combate à vespa velutina e ações de prevenção de fogos, em linha com a Estratégia Sub-regional de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Paralelamente, ações de gestão de combustível, reflorestação sustentável e projetos de adaptação climática irão reforçar a resiliência territorial e a proteção das populações.
O autarca disse ainda à Lusa que o orçamento integra três programas de apoio comunitário fundamentais: o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), o Portugal 2030 e o Fundo de Transição Justa, permitindo à sub-região do Médio Tejo financiar projetos estratégicos nas áreas da mobilidade, turismo, transição digital, educação, coesão social e proteção do território.
“É um orçamento ambicioso, que consolida a região como referência em inovação, inclusão e desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Manuel Jorge Valamatos adiantou também a CIM vai dispor nos próximos anos de 121,6 ME de investimento já aprovado na ITI – Investimento Territorial Integrado, incluindo projetos europeus e nacionais.
A Assembleia Intermunicipal, reunida na quinta-feira em Tomar, aprovou por unanimidade o Plano e Orçamento para 2026, tendo tomado posse os deputados eleitos para o mandato 2025-2029.
A nova mesa da Assembleia Intermunicipal, eleita por maioria, vai ser presidida por Ana Vieira (PSD), com Isabel Costa (PS) como vice-presidente e João Figueiredo (Chega) como secretário.
Foram também reeleitos Miguel Pombeiro e Jorge Simões como primeiro secretário executivo e secretário intermunicipal, respetivamente.
Manuel Jorge Valamatos mantém a presidência da CIM Médio Tejo para o mandato 2025-2029, tendo Luís Miguel Albuquerque (PSD), de Ourém (PSD) e Bruno Gomes (PS), de Ferreira do Zêzere, como vice-presidentes.
