A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) está “apreensiva” e “desapontada” com a ausência de investimentos para a região no Plano Nacional de Investimentos (PIN 2030) apresentado pelo Governo na passada quinta-feira.
O presidente da CIMLT, Pedro Ribeiro (PS), disse à Lusa que, numa reunião informal realizada no passado sábado, o Conselho Intermunicipal, que reúne os 11 presidentes de Câmara da região, numa “posição global”, mostrou-se “muito apreensivo e desapontado” com a ausência de obras “importantes” e “que tinham de estar contempladas” num documento que perspectiva um conjunto de investimentos a médio e longo prazo.
Deixando uma tomada de posição mais pormenorizada para o final da reunião que o Conselho Intermunicipal da CIMLT agendou para a próxima quinta-feira, para uma análise aprofundada do documento apresentado pelo Governo, Pedro Ribeiro apontou quer a ausência de investimento na Linha do Norte, referindo em particular a variante reclamada pelo município de Santarém, quer a conclusão do IC3/A13, com todos os constrangimentos já apontados pelo autarca da Chamusca.
Pedro Ribeiro, que preside igualmente à Câmara Municipal de Almeirim, acrescentou ainda os casos das pontes que atravessam o Sorraia, em Coruche, ou da travessia sobre o Tejo entre os concelhos do Cartaxo e de Salvaterra de Magos (a ponte Rainha D. Amélia).
“Há um conjunto de obras, que nós compreendemos naturalmente que não são todas para fazer amanhã, nem no próximo ano, nem no outro, mas que, numa lógica do médio e longo prazo, tinham de estar contempladas”, frisou.
Na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Chamusca, o também socialista Paulo Queimado, manifestou “indignação” pela omissão da conclusão do IC3/A13 no Plano Nacional de Investimentos, lembrando que este é um compromisso para com um concelho que tem vindo a resolver o passivo ambiental do país.
Para o autarca, a conclusão do troço do IC3/A13 que ligará Vila Nova da Barquinha a Almeirim (previsto desde 2007), além de se tratar de um “projecto estruturante” para a região, foi assumida como uma contrapartida aquando da construção do Ecoparque do Relvão na Carregueira, concelho da Chamusca, para onde são encaminhados os resíduos perigosos de todo o país e onde funcionam, desde 2008, os únicos dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) existentes no país.
Também o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), declarou a sua “estupefacção” com a inclusão da linha de alta velocidade Lisboa-Porto no PIN 2030, com um custo estimado de 4,5 mil milhões de euros, considerando “criminosa” a ausência da variante à Linha do Norte, que estava presente na versão preliminar do documento.
“Fiquei estupefacto com a posição deste Governo relativamente às opções da ferrovia”, disse o autarca escalabitano, questionando como é possível ignorar um “traçado consolidado” feito há 20 anos, com “estudos feitos” e que chegou a iniciar o processo de expropriações em 2009.
A CIMLT integra os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém e Azambuja.
As principais áreas de intervenção do PNI 2030, que vai envolver um total de 43 mil milhões de euros, são os transportes e a mobilidade, ambiente, energia e regadio.