Todos os agrupamentos de escolas podem agora ter um Clube de Ciência Viva, candidatando-se ao programa lançado hoje pelo Governo, que pretende atrair mais jovens, em especial mulheres, para as áreas das ciências e tecnologias.

A 2.º fase dos Clubes Ciência Viva na Escola começa hoje e prevê o alargamento generalizado da actual rede de 237 clubes para mais 650 clubes em escolas de todo o país, anunciou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Com “oito milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)” destinados aos Clubes Ciência Viva, esta é “uma nova oportunidade para as escolas” terem o seu espaço e atrair mais jovens para as áreas das ciências e tecnologias, sublinhou o ministro.

A Rede de Clubes Ciência Viva na Escola arrancou em 2018 e espera-se que chegue a todos os agrupamentos até ao Verão de 2025.

Além de alargar a iniciativa a todo o país, a ministra de Estado e da Presidência lembrou que existem outros dois desafios pela frente: Contrariar o “deficit de alunos que estudam nas áreas científicas e tecnologia” e conseguir uma presença igualitária de homens e mulheres nessas áreas.

Mariana Vieira da Silva recordou que há cada vez mais mulheres entre os diplomados, mas “continua a assistir-se a uma ideia de que as mulheres não têm jeito para certas áreas das ciências e tecnologias”.

Ora, se “o futuro do trabalho é ligado a essas áreas” e “lá só existem 20% das mulheres, então significa que estamos a construir uma desigualdade futura, que contrariará muito do caminho de igualdade que se fez nos salários e presença das mulheres no mercado de trabalho”, alertou.

Combater esta desigualdade “é um desafio para estes Centros Ciência Viva agora em todas as escolas, porque é importante que em todas as escolas se possa respirar aquilo que se respirou aqui hoje: criatividade, experimentação e igualdade”, disse Mariana da Silva, durante a cerimónia realizada na Escola Secundária Luís de Freitas Branco, em Paços de Arcos.

A escola de Oeiras entrou para a rede na 1.º fase e conta com uma parceria com o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB), o que permite aos alunos trocar os laboratórios do liceu pelos da Universidade Nova de Lisboa.

Há outras escolas com parcerias com centros de investigação, museus ou centros de ciência. Outras têm acordos com empresas locais ou associações e organizações não-governamentais.

Antigos alunos da secundária de Paços de Arcos estiveram hoje também presentes na cerimónia para mostrar os trabalhos realizados no clube numa apresentação em que recordaram a emoção do dia em que usaram os laboratórios do ITQB.

Com o lançamento da 2.º fase dos clubes, explicou o ministro, a ideia é que “as escolas possam dizer ´nós queremos ser’ como aquela escola de Oeiras, que tem um Clube Ciência Viva, que as professoras falam com entusiasmo daquilo que lá acontece e que os antigos alunos voltam à escola e dizem que aquela foi a melhor escola da sua história e é a melhor escola do mundo”.

Também presente na cerimónia, a presidente da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva salientou o “nível de sucesso da iniciativa” da Ciência Viva, que nasceu há 25 anos e permitiu melhorar os conhecimentos dos portugueses sobre a ciência e tecnologia, que já estão “acima da média europeia”.

Rosália Vargas lembrou também Mariano Gago recordando que costumava dizer “uma instituição científica não pode ignorar a escola que tem do outro lado a rua”. E é este o espírito da Rede dos Clubes Ciência Viva na Escola, sublinhou.

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