O clube de espectadores da associação Materiais Diversos “Ver no Escuro” vai retomar as suas sessões, agora ‘online’, no dia 25, às 21h00, com o coreógrafo Volmir Cordeiro e o tema “Morrer em dança: que políticas para que vidas”.

A associação Materiais Diversos, que assegura a programação cultural regular nos concelhos do Cartaxo e de Alcanena, para além do apoio à investigação e criação artística, divulgou a sua programação para Junho, mês “marcado pela reabertura dos teatros e centros culturais”.

Sublinhando que este regresso ao trabalho implica, para vários profissionais do sector, um “exercício de gestão de parcos recursos e navegação à vista”, a Materiais Diversos, sob direcção artística de Elisabete Paiva, sublinha que esteve, nos últimos dois meses, no âmbito da REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, envolvida na redacção de uma “Declaração de Boas Práticas para o Sector da Cultura e das Artes”.

A sessão do “Ver no Escuro”, cujas inscrições para participação na plataforma Zoom estão abertas até dia 18, para um limite máximo de 30 participantes, colocará questões como “Como vivemos? Quais situações nos permitem pensar o reconhecimento da vida? Como articular, em dança, vida e morte?”.

“Através de quais procedimentos estéticos a dança aborda um corpo político e transforma o olhar sobre o que é uma vida e como reconhecê-la? A partir de duas cenas – uma da cabaretista alemã Valeska Gert, no seu solo ‘A Morte’, e outra do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin, ‘Batucada’”, Volmir Cordeiro propõe “pensar, através de uma conversa colectiva e vital, as contribuições que a dança traz para a reflexão dos mecanismos sociais produtores e reconhecedores do que torna um corpo vivo”.

Se não fossem as circunstâncias geradas pela pandemia da covid-19, o coreógrafo Volmir Cordeiro estaria, este mês, a orientar a Escola de Verão “NA PRÁTICA”, dinamizada pela Materiais Diversos.

Na sua programação para Junho, a associação destaca o terceiro contributo para a rubrica “O Tempo das Cerejas”, uma carta escrita à mão pelo coreógrafo Quim Bigas, que partilha as suas reflexões sobre movimento e confinamento – https://www.materiaisdiversos.com/wp-content/uploads/Carta-de-Quim-Bigas.pdf -, depois das colaborações de João Sousa Cardoso e de Alessandro Sciarroni.

A partir de dia 22 e até 03 de Julho, Sofia Dinger e Miguel Bonneville estarão em residência de criação com o projecto O Primeiro Sol, nos Estúdios Vítor Córdon, em Lisboa, “tendo como ponto de partida ‘A Gaivota’, de Anton Tchekov — e outras referências (auto)biográficas a ela ligadas”.

Em Minde, no concelho de Alcanena, os “Encontros que Contam” regressam igualmente este mês, inseridos na atividade regular do Centro de Bem-Estar Social de Minde (CBESM).

“Até ao início da pandemia covid-19, as crianças do infantário visitavam semanalmente um grupo de seniores do CBESM. Na impossibilidade desse encontro presencial, a Materiais Diversos propôs uma pesquisa sobre memórias e saberes da cultura oral, sob a orientação de Ana Sofia Paiva e António Fontinha”, projecto que se vai estender por Junho e Julho.

“Burning Eclipse”, de Catarina Miranda, projecto associado da Materiais Diversos, foi seleccionado para o apoio da rede cultural 5 Sentidos, no âmbito do programa Convite à Criação Artística, na área da dança, para o biénio 2020/2021, que contempla financiamento, programa de residências, acompanhamento e circulação pelas nove estruturas culturais da rede, acrescenta.

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