O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reiterou hoje que a Igreja está empenhada em erradicar os abusos sexuais dos clérigos, que em Portugal “são reduzidos”.
“Os casos presumíveis ou já decididos pela justiça, já com sentença penal, são mesmo reduzidos”, disse o padre Manuel Barbosa, em conferência de imprensa sobre a reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu hoje em Fátima.
Confrontado com denúncias relatadas pela comunicação social, o secretário da CEP salientou que “os casos tratados nos tribunais eclesiásticos onde chegam as denúncias são pouquíssimos e, desses, mais de metade a investigação prévia parou por falta de fundamento”.
Apesar de reconhecer que “aqui ou ali” pode não ter existido a “devida investigação”, Manuel Barbosa disse que o objectivo é “continuar de forma clara e muito concreta a erradicar esta drama da Igreja e da sociedade”.
Segundo afirmou na conferência de imprensa, desde 2001 que foram denunciados em Portugal “cerca de uma dezena de casos”, dos quais já existem algumas decisões judiciais.
O padre Manuel Barbosa anunciou que o presidente da CEP, cardeal Manuel Clemente, vai participar este mês num encontro na Santa Sé de reflexão sobre a protecção a menores, em que serão dadas novas orientações para proceder em casos de denúncias.
O porta-voz da CEP reiterou ainda que o cardeal patriarca, Manuel Clemente, continua com disponibilidade activa para “escutar as presumíveis vítimas de abusos sexuais por parte dos clérigos”.
“Como o papa diz, temos de ter tolerância zero neste drama e, nesse sentido, todo o processo que se deve ter em consideração passa pelas dioceses porque é aí que as pessoas vivem e, se houver denúncias, têm de ser reencaminhadas para quem de direito nas próprias dioceses”, referiu.
Manuel Barbosa adiantou ainda que o Conselho Permanente da CEP apela ao cumprimento dos acordos do Estado com as instituições particulares de solidariedade social, que estão a ser “asfixiadas” pela falta de pagamento “atempado” dos apoios da Segurança Social.
“Há instituições a passar muito mal, até em risco de fechar, por não receberem o apoio devido no tempo certo”, sublinhou.