A iniciativa “À conversa com…”, promovida pela Câmara Municipal de Mação e moderada por Mário Tropa, levou ontem à noite o Correio do Ribatejo a Mação para um momento de debate sobre a família Lino Netto e a sua relação com este Jornal.

A conferência esteve a cargo de Teresa Lopes Moreira, investigadora e administradora deste Jornal, reuniu muitos familiares do homenageado e contou com as presenças do presidente do Município, Vasco Estrela e da vereadora da Cultura, Margarida Lopes.

O auditório do Centro Cultural Elvino Pereira contou ainda coma presença de muitos interessados em saber mais sobre o que liga a família Lino Netto ao Correio do Ribatejo e, até 1944, ao Correio da Extremadura, seu ‘antecessor’.

Moderadas por Mário Tropa, as conversas contaram com vários comentários dos familiares presentes que acolheram com entusiasmo a iniciativa, muito participada nas conversas que se seguiram à conferência de Teresa Lopes Moreira.

A investigadora começou por explicar o relacionamento entre Virgílio Arruda e a família Lino Netto iniciou-se, entre 1921 e 1927, durante a frequência da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa juntamente com José Francisco Xavier de Mendonça Lino Netto.

Em Outubro de 1929, Virgílio Arruda visitou durante alguns dias José Lino Netto, na casa de família, em Mação, conforme o atestava a coluna “Partidas e Chegadas” do Correio da Extremadura, onde estabeleceu contactos com os patriarcas da família, António Lino Netto e Matilde de

Mendonça Lino Netto e conheceu Maria Gertrudes Lino Netto.

 

 

A estadia em Mação solidificou as relações entre Arrudas e Linos Netto, favorecidas pelo interesse do patriarca Arruda em fazer ascender socialmente o seu filho, que se encontrava a tomar os primeiros passos como advogado no escritório do futuro deputado da Nação, Artur Proença Duarte.

António Lino Netto era um homem poderoso de influência politica, social e religiosa inquestionável, num período de Ditadura Militar onde a censura imperava mesmo para os republicanos mais moderados.

Em Outubro de 1935, Virgílio Arruda já namorava com Maria Gertrudes Lino Netto com quem casou na Igreja de Nossa Senhora da Pena em Lisboa, no dia 18 de Abril de 1936.

Em consequência deste enlace, as portas do Correio da Extremadura / do Ribatejo, abriram-se à família Lino Netto, onde alguns membros passaram a colaborar como o patriarca António Lino Netto, logo em Abril de 1936, o filho António e o genro Manuel Pádua Ramos. As páginas do Jornal também registaram o percurso académico, profissional, político e social desta família com fortes ligações a Mação.

As relações de proximidade entre sogro e genro permitiram ao segundo utilizar a influência do primeiro para obter ascensão na carreira da função pública, especialmente nas décadas de 40 e 50.

Após a sua morte, em 1956, António Lino Netto foi homenageado em várias edições do Correio do Ribatejo, como em 27 de Janeiro de 1973, por ocasião do centenário de nascimento, e em 18 e 24 de Dezembro de 1981, evocando o vigésimo aniversário do seu falecimento, com textos de Monsenhor Moreira das Neves.

As referências no Correio do Ribatejo aos membros da família Lino Netto são variáveis e escassas, a partir de 1975, quando Virgílio e Maria Gertrudes cedem as suas quotas da empresa João Arruda & Sucessores aos três tipógrafos mais antigos, Manuel Canelas, Mário Lopes e Luís

Pires, em virtude de não terem filhos e da instabilidade política e social que se vivia no chamado “Verão Quente”. Uma das últimas notícias referente à família Lino Netto relatou o falecimento de José Lino Netto, a 15 de Abril de 1988.

Hoje, as páginas do Correio da Extremadura / do Ribatejo revelam-se uma fonte primária importante para o estudo da família Lino Netto.

 

(Notícia desenvolvida na próxima edição impressa de 2 de Novembro)

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