O Jornal Correio do Ribatejo realiza, hoje, dia 16 de Abril, pelas 21:00, a sua Gala Anual comemorativa do 133º aniversário, convocando a sua história, que se cruza com a da região, ao mesmo tempo que projecta o futuro.
Nesta data comemorativa dos 133 anos do ‘Correio’, o Jornal de Todos e Para Todos os Ribatejanos, serão homenageadas seis individualidades e três instituições que têm contribuído, de forma indelével, para o desenvolvimento da região.
O Padre Manuel Francisco Borges, a ciclista Marta Carvalho, o atleta da APPACDM, Bruno Leitão, o fadista João Chora, o ‘eterno Capitão de Abril’, Salgueiro Maia (a título póstumo), o Palhaço Pantufa (António Júlio), o Círculo Cultural Scalabitano, a Associação de Futebol de Santarém e o ISLA de Santarém são os homenageados deste ano na Gala marcada para o Teatro Sá da Bandeira.
“Pretendemos, com estas homenagens a personalidades ilustres, associar todos os Ribatejanos, mostrando-lhes a nossa gratidão e reconhecimento”, segundo refere o director do Correio do Ribatejo, João Paulo Narciso.
É precisamente nesse sentido que a administração do Jornal decidiu distinguir publicamente, em dia de Aniversário, personalidades que se têm destacado na região.
Nos seus 127 anos, o ‘Correio’ deu relevo à acção de Arlindo Consolado Marques, João Gomes Moreira (a título póstumo), César Marinho, José Júlio Eloy, José Manuel Nogueira Gonçalves e “Os Três Bairros”. No ano seguinte, distinguiu Pedro Canavarro, Jorge Justino, Miguel Castanho, Cândido de Azevedo, Rui Rosa, Rodrigo Castelo; e uma instituição, o Veto – Teatro Oficina. Por ocasião dos seus 129 anos, homenageou Bernardo Santareno (a título póstumo), Rui Manhoso, Salomé Rafael, Vítor Serrão, Jaime Carvalho e Inês Henriques. Carlos Oliveira, Maria Martins, Hospital Distrital de Santarém, Taberna do Quinzena, Luís Stoffel, Orquestra Típica Scalabitana e Bombeiros Voluntários de Santarém mereceram reconhecimento público nos 130 anos do jornal.
No ano seguinte foram distinguidos José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente Batalha, dramaturgo, encenador e ex-presidente do Instituto Bernardo Santareno, Joaquim Pedro Torres, fundador da Agroglobal, Sofia Vieira, da Livraria ‘Aqui há Gato’, Associação Académica de Santarém, APPADCM e Conservatório de Música de Santarém.
No ano passado, foram homenageados Teresa Rosário Lopes Moreira – a título póstumo -, Diniz Ferreira, Martinho da Silva, Domingos Cabral, Luís Arrais, Escola Superior de Saúde de Santarém, União Desportiva de Santarém e Vitória Clube de Santarém.
Fundado a 9 de Abril de 1891, pelo ribeirense João Arruda (1868-1934) sob o nome de Correio da Extremadura, mas com o olhar na criação de uma nova região – o Ribatejo – o Jornal, ao longo destas 13 décadas, foi testemunha de guerras, revoltas, mudanças políticas e movimentos sociais, defendendo sempre os interesses da sua região e do seu distrito.
Salgueiro Maia, o eterno herói de Abril
A figura de Salgueiro Maia povoa o imaginário nacional: por direito próprio tornou-se num protagonista incontornável da nossa história colectiva. As imagens que nos surgem de Salgueiro Maia são, geralmente, as do Capitão de Abril, as do homem que, por força de espírito e de convicção, soube elevar ao mais alto grau de excelência a função e dever de um soldado. Homem de sólidos princípios, recusou sempre ultrapassar a função em que se reconhecia.
Salgueiro Maia foi o homem que, aos 29 anos, mudou o rosto a um país e deu a liberdade a um povo sem pedir nada em troca. Destacado protagonista da Revolução de Abril, membro do Movimento das Forças Armadas (MFA), Salgueiro Maia comandou a coluna militar que, saindo da Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém na madrugada de 25 de Abril de 1974, marchou sobre Lisboa e restituiu a Liberdade a um país cinzento.
Manuel Francisco Borges: um Homem que criou raízes profundas no coração da cidade
Homem de fé inabalável e de um profundo sentimento humanista, o nome de Manuel Francisco Borges está marcado, de forma indelével, na cidade de Santarém, onde exerceu o sacerdócio ao longo de quatro décadas e foi impulsionador de grandes obras, unidades de solidariedade e valor acrescentado à comunidade.
O padre Manuel Francisco Borges assumiu a paróquia de Marvila em 1975, depois de ter passado por Alfeizerão, Caldas da Rainha e Vila Nova de Famalicão. Quatro anos mais tarde, constituiu o primeiro Centro de Dia para apoio a idosos do concelho, dando forma àquela que é hoje uma das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) mais importantes do distrito e do país.
António Júlio: o fazedor de sonhos e arquitecto dos sorrisos
Em criança, António Júlio via os palhaços no circo e pensava com os seus botões que, se lá estivesse dentro, conseguia fazer melhor. “Quando ia ao circo a minha loucura eram os palhaços”, afirma.
Mas o seu talento em potência só acabou por despontar muitos anos mais tarde, no início da década de 70, quando, juntamente com Carlos Oliveira (o conhecido Chona, falecido em 2021) formou em Santarém a dupla Pantufa e Farófia. “Eu era o Pantufa”. Era e é. Hoje, mais desafogado de tempo, reúne a paciência (que sempre teve) para dedicar aos mais pequenos. Mesmo sem a caracterização que o transforma no “pobre Pantufa”, as crianças reconhecem-no quando passeia pelas ruas de Santarém. Chamam-no, pedem-lhe beijinhos e autógrafos. Um reconhecimento que, garante, “é melhor do que qualquer ordenado chorudo”.
Associação de Futebol de Santarém: um século a lutar pelo desenvolvimento do desporto rei na região
A Associação de Futebol de Santarém, fundada a 19 de Novembro de 1924, é senhora de um século de estórias para contar: são muitas as gerações de atletas, árbitros e de dirigentes associativos que deixaram os seus nomes gravados a ouro nos registos da Associação. Bastará dizer que a AFS conheceu 30 presidentes e perto de 300 clubes filiados ao longo da sua vida longa.
Actualmente, a AFS conta com perto 8500 atletas inscritos, o que coloca Santarém com a 7.ª associação com mais atletas inscritos entre as 22 associações do país.
Círculo Cultural Scalabitano: uma casa de portas abertas à cultura
O Círculo Cultural Scalabitano (CCS) é um espaço de cultura e de formação com uma vitalidade ímpar em Santarém: uma casa de portas abertas, e que é uma referência a nível local, regional e até nacional.
O actual presidente do CCS, Vítor Murta lembra que a Instituição sempre assentou nos valores da Cidadania, Autonomia, Afectividade, Familiaridade e Solidariedade. E são esses mesmos valores que continuam a presidir a acção do CCS.
Apesar dos seus 70 anos, o CCS “quer continuar a ser, uma associação de referência no panorama cultural local, regional e nacional, promovendo, apoiando e dinamizando a cultura nas suas componentes educativa, formativa e social”.
ISLA Santarém: 40 anos de Ensino Superior de Excelência
A celebrar os seus 40 anos de Vida, o ISLA está a atravessar um dos seus momentos áureos: a instituição de ensino privado conta actualmente com mais de 1500 alunos (tinha 256 em 2013/2014) e uma oferta formativa reforçada e diversificada.
Na última década, mais do que quintuplicou o número de alunos, entre os quais se contam hoje 230 estudantes internacionais.
A cereja no topo do bolo foi a inauguração, no ano passado, do novo campus no centro histórico de Santarém e a recente submissão de um processo na Direcção-Geral do Ensino Superior para a alteração do seu regime jurídico de escola politécnica/escola não integrada para instituto politécnico (IP) o que, a concretizar-se, permitirá aumentar a oferta de ensino, oferecer cursos de doutoramento e passar a utilizar a denominação de Universidade Politécnica.
João Chora: a voz do fado autêntico do Ribatejo
João José Chora nasceu a 26 de Março de 1959 na vila da Chamusca. Cresceu perto da vida equestre e, por isso mesmo, viveu a sua infância e adolescência nesse mundo, tanto que era conhecido por “João Cavaleiro”.
“A música entra na minha vida desde muito novo. À medida que cresci fui cultivando este gosto. Passei por experiências musicais de vários estilos. Comecei por integrar o coro da igreja da Chamusca, depois aprendi a música de baile, música tradicional e, finalmente, surge o fado na minha vida. O meu pai cantava e arranhava um bocadinho de viola. Sempre esteve ligado a actividades culturais da terra, especialmente ao teatro. Foi a maestrina do coro da igreja que percebeu que eu tinha jeito para a música. Tinha os meus 10 anos e acabei por ficar lá outros dez. Depois investi na minha formação instrumental. Aprendi a tocar piano e só mais tarde viola. O fado começa na segunda metade da década de 80. No início a tocar para quem canta. Mais tarde como fadista”, conta.
Bruno Leitão: a garra e a superação de um atleta completo
Bruno nasceu para o atletismo aos 18 anos, após a entrada na APPACDM de Santarém. Desde então, tem coleccionado medalhas e recordes nacionais, europeus e mundiais: o Síndrome de Down não é algo que o diminui. Antes pelo contrário. Superara-se todos os dias e entrega-se com entusiasmo e dedicação aos treinos.
Os resultados não tardaram a chegar: em 2010, no Campeonato do Mundo Atletismo Síndrome Down, realizado no México, arrecadou a Medalha de Prata –1500 metros Marcha e a Medalha de Bronze – 400 metros Marcha.
Um feito de monta – repetido depois em outras ocasiões – e o atleta não esconde orgulho enorme de levar o nome da instituição e de Portugal aos lugares cimeiros do desporto mundial.
Marta Carvalho: uma atleta com muita pedalada que quer chegar aos Jogos Olímpicos
Marta Carvalho, teve sempre, desde pequena, uma queda especial para diversas actividades: dança, ginástica, equitação, e até para a música no conservatório, mas os anos foram passando e a bicicleta e o ciclismo – a par do gosto pelo convívio que isso lhe proporcionava – foi ficando e falando mais alto.
O percurso nesta modalidade iniciou-se em 2012, no escalão de benjamim, através de um convite da Associação 20kms de Almeirim para integrar a então ainda recente equipa de ciclismo de BTT.
Este ano, Marta Carvalho compete na equipa espanhola “RIO MIERA – CANTABRIA DEPORTE” inteiramente feminina de estrada, de forma a progredir na carreira.