O secretário de Estado Adjunto e da Saúde admitiu hoje que a obrigatoriedade do uso da máscara em espaços interiores pode cair até ao final do mês, mas irá manter-se nos lares, instituições de saúde e transportes públicos.

Ressalvando que não pode antecipar decisões do Conselho de Ministros, marcado para quinta-feira, António Lacerda Sales reiterou que, havendo uma incidência decrescente do índice de transmissibilidade do vírus SARS-CoV-2, que é inferior a 1, e não havendo impacto nos serviços de saúde e na mortalidade geral, a Direção-Geral da Saúde está em condições de reanalisar e reverter o uso da máscara em espaços interiores, nomeadamente nas escolas.

Questionado pelos jornalistas, à margem da Convenção Nacional de Saúde, em Lisboa, se pode acontecer até ao final do mês, o governante afirmou que sim.

“Não queria, no entanto, deixar de dizer que se manterá em determinadas situações a obrigatoriedade das máscaras”, nomeadamente nos lares, nas instituições de saúde e nos transportes públicos para defender as faixas etárias mais vulneráveis.

Sobre Portugal estar a tomar esta decisão mais tarde do que outros países, tendo em conta que é um dos países com maior taxa de vacinação do mundo, Lacerda Sales lembrou que Espanha apenas reverteu esta medida na terça-feira e, como tal, “não é assim tão mais tarde”.

“Não estamos aqui num ranking de países de quem faz mais depressa ou mais devagar. Não é esse o nosso objetivo queremos é que haja medidas com segurança para o cidadão”, declarou.

Sublinhou ainda que a decisão de se manter o uso da máscara em espaços interiores é uma medida cautelar relacionada com a Páscoa, um período de maior mobilização de pessoas.

Segundo António Lacerda Sales, “nos próximos dias, muito em breve” será possível analisar se houve ou não impacto deste período de maior mobilidade social. “Não havendo, estamos em condições” de reverter a medida.

Questionado se no próximo Conselho de Ministro será alterado o estado de alerta previsto até 22 de abril, afirmou que não pode antecipar certas decisões.

“Não posso antecipar decisões do Conselho de Ministros, o que posso dizer é que podemos ter confiança garantidamente”, como tem sido demonstrado com as “boas decisões” que têm sido tomadas com suporte técnico.

“Têm sido medidas coerentes ao longo deste tempo e só assim conseguimos obter os indicadores que temos obtido quer em termos de incidência quer em termos de mortalidade. Parece-me que não há nenhuma dúvida em relação àquilo que é a boa coerência das medidas da DGS”, disse em resposta a questões levantadas pelos jornalistas à margem da V Conferência da Convenção Nacional da Saúde (CNS), com o tema “Saúde, Prioridades para Legislatura 2022-2026”

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