Lezíria Imaterial, a linha de programação artística em execução nos municípios da Lezíria do Tejo, viveu no último fim-de-semana dias ricos e intensos. Numa Programação em Rede, onde se materializa uma aposta séria na formação de públicos, com o desenvolvimento de um conjunto de residências artísticas de elevada qualidade, a participação das pessoas dos diferentes concelhos participantes tem sido uma constante.
O fim-de-semana teve início em Azambuja, no dia 15 de Outubro, sexta feira, pelas 21h30, junto à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, com a apresentação do documentário “Meio, Homem, Trabalho” integrado no projecto “A Lezíria a Gostar Dela Própria”, realizado por Tiago Pereira e com música improvisada ao vivo por Sílvio Rosado.
Tiago Pereira procura a predisposição para a teimosia de tentarmos construir em nós, uma alfabetização do escutar. O grande e paradoxal desafio é este: para que cada um de nós aprenda o alfabeto precisa de despertar primeiro o gatilho da curiosidade, essa força motriz telúrica, para persistir na teimosia de conhecer as múltiplas (áudio)grafias presentes em cada contexto – a grafia do mundo da Adélia Garcia ou das Moças Nagragadas do Algarve, a grafia dos rappers e dos fadistas e suas modelações vocais, a grafia dos agentes musicais da capital, entre outras.
Depois de uma semana de residência artística, no dia 16 de Outubro, sábado, às 21h30, no Cineteatro, apresentou-se “Dançar com (Rio Maior)… Vindimas”, com coreografia de Encarnação Noronha. Aqui, o trabalho de residência artística que envolveu nove “jovens” dançarinos da cidade de Rio Maior, procura partir de vivências corporais, da expressividade do corpo, dos sentimentos e das emoções, o conhecimento sobre si e sobre o outro, a comunicação, a sensibilização e criatividade, permitindo aos participantes autonomia para criar e representar.
Também a 16 de Outubro, às 21h30, mas em Azambuja, no Auditório do Museu Municipal e tendo como tema “Artes e Ofícios”, foi apresentado o trabalho final da residência artística integrada no projecto Vale – Cinema Documental, que envolveu catorze jovens daquele concelho.
Esta programação, coordenada pela CIMLT, tem financiamento Alentejo 2020, Portugal 2020 e União Europeia.