Cerca de 200 ‘Amigos do Mangusto’ reuniram-se no sábado, 4 de Novembro, no Centro Cultural das Fontaínhas e Graínho, no tradicional almoço promovido pelo Rancho Folclórico do Bairro de Santarém. Manhã cedo, assim que se preparam os assadores e se amassa o pão e as couves, já se provam petingas, chouriço e tripas grelhadas, um género de ‘entradas’ para o que aí vem perto da uma da tarde.
Este ano marcaram presença, num almoço que vai já na décima edição, os vereadores da Câmara de Santarém, João Leite e Nuno Domingos, a representante da União de Freguesias Margarida Pinto, o presidente do Círculo Cultural Scalabitano, Eliseu Raimundo e o director do W Shopping, Rui Rosa.
Ao usar da palavra, João Leite, vice-presidente da Câmara de Santarém saudou a iniciativa, afirmando, para surpresa geral, que contava com a presença dos ‘Amigos do Mangusto’ na próxima edição do Festival Nacional de Gastronomia, não especificando a forma como essa representação terá lugar.
É habitual o Rancho Folclórico do Bairro de Santarém representar a nossa região, exibindo as suas danças, divulgando elaboradas recreações etnográficas, a apresentação de trajos, bem como a divulgação deste prato típico da nossa gastronomia que é o Mangusto com bacalhau assado, prato confeccionado à base de couves, batatas e pão, tudo envolvido em azeite e alho, e que poderia ser acompanhado com bacalhau ou petingas, assados na brasa.
Como reza a tradição, no campo, trabalhava- se de sol a sol. A distância entre a casa e o campo era percorrida a pé e o trabalho era manual e rude. Para suportar o esforço diário, era necessário alimentar o corpo. Alguns caldeiravam. Com a fogueira acesa e a caldeira dependurada na burra de ferro, cozinhavam massa com batatas e bacalhau, arroz de bacalhau, umas batatas inteiras, um molho de tomate, uma açorda e o nosso tão típico mangusto, amassado com o giribalde.
Se não havia possibilidade de caldeirar, então qualquer tomate migado, temperado com sal e azeite, umas fatias de pão torrado com azeite e alho, um naco de pão com azeitonas, bacalhau seco desfiado, toucinho salgado, pepino aberto em quatro com sal, alguma coisa se haveria de arranjar para comer.
Fundado por Celestino Graça, o Rancho do Bairro efectuou a sua primeira actuação pública na Feira do Ribatejo, no ano de 1956, mau grado que os primeiros ensaios e muitas recolhas etnográficas, feitas junto da população local mais idosa, tivessem começado ainda no ano de 1955.
O 10.º almoço dos ‘Amigos do Mangusto’ terminou ao som de algumas músicas e cantigas do vasto repertório do Rancho do Bairro no Centro Cultural do Grainho e Fontaínhas que no próximo dia 19 acolhe o 2.º Festival das Sopas, uma iniciativa da Associação de Pais da Escola EB das Fontainhas, e que inclui música ambiente, algumas surpresas e a exibição do Rancho do Bairro, a partir das 12h00.