A decisão sobre o futuro da AgroAlpiarça, a cooperativa vinícola da qual a Câmara Municipal de Alpiarça detém 99%, vai ser tomada em breve. O anúncio foi feito pela presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, durante a última sessão do executivo.
O tema foi chamado ao debate pelo vereador da oposição (CDU), João Arraiolos, que presidiu à AgroAlpiarça durante os mandatos em que os comunistas lideraram o executivo alpiarcense. O vereador questionou a edil sobre a situação da cooperativa, que tem sido tema recorrente nas reuniões de câmara, devido aos problemas financeiros que tem apresentado.
A líder do executivo socialista esclareceu que ainda estão a ser apurados os resultados financeiros relativos a 2022, por uma empresa externa contratada para o efeito. A presidente revelou também que, apesar de serem “resultados preliminares”, tudo aponta para que mesmo com a alienação das uvas e não recorrendo a “financiamentos ou empréstimos para investimentos de forma a haver capacidade para ser feita a vindima” o relatório irá mostrar que os resultados financeiros da cooperativa em 2022 foram negativos. A autarca adiantou ainda o relatório será entregue ao município durante este mês de Fevereiro.
O documento será remetido para o Revisor Oficial de Contas e para a empresa Pocalentejo, que tem auxiliado o município com as finanças da Agroalpiarça. A decisão de continuar ou de encerrar a actividade da cooperativa será tomada consoante o parecer das entidades.
Relembre que Tribunal de Contas tem exigido “o cumprimento de normativas legais e a adopção de medidas para diminuir os encargos do município com a AgroAlpiarça”. Segundo o actual presidente da cooperativa, Jorge Freitas, que é também vereador eleito pelo Partido Socialista, a AgroAlpiarça apresentava, a 31 de Dezembro de 2021, um passivo de 827.213,75 euros.