O desabamento parcial do telhado de um pavilhão nas instalações da PSP de Santarém, em 16 de agosto, levou o Governo e a Câmara Municipal a anunciar obras urgentes no edifício, que há vários anos apresenta sinais de degradação.

Em declarações hoje à agência Lusa, o responsável das relações públicas da PSP de Santarém, comissário João Silva, disse que o risco naquele edifício já tinha sido sinalizado “e o espaço estava isolado, sem qualquer material guardado ou atividade operacional” por precaução.

Frisando que a Direção Nacional da PSP está informada sobre o estado geral das instalações, o responsável sublinhou que o desabamento não comprometeu o funcionamento da esquadra.

O incidente ocorreu em 16 de agosto num dos pavilhões que outrora serviram de oficinas à Escola Prática de Cavalaria, atualmente integrados no complexo onde funciona o comando distrital da PSP de Santarém.

Segundo o responsável, “a fachada principal está bastante deteriorada” e “há telhados que necessitam de limpeza e substituição de telhas”.

No entanto, garante que “não há outras áreas com vulnerabilidade estrutural tão crítica como a do pavilhão que cedeu”, afastando a possibilidade de novos incidentes.

A requalificação do edifício é, segundo o comissário João Silva, uma necessidade reconhecida por todos os elementos da PSP que ali trabalham.

“A Direção Nacional já visitou o comando e está ciente das carências. É um sentimento comum entre os polícias: estas instalações não refletem a dignidade que a função exige”, afirmou.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Leite, anunciou nas redes sociais, na terça-feira, após reunião com o secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, que o Governo vai avançar com uma intervenção urgente na cobertura e fachada do edifício da PSP.

O autarca revelou ainda que, para a requalificação mais profunda de todo o edificado (estimada em mais de 5 milhões de euros), o Governo está disponível para celebrar um contrato interadministrativo com a câmara, transferindo a verba necessária para a execução do projeto e da obra.

O presidente da Câmara destacou ainda a concordância da tutela para o alargamento das câmaras de videovigilância aos bairros de São Domingos e Sacapeito, bem como para o início do processo para a criação da Polícia Municipal, que será objeto de nova reunião com a ministra da Administração Interna.

“Manteremos este trabalho de proximidade com o Governo, com a administração central, com o objetivo de mobilizarmos para Santarém investimento público nacional”, concluiu João Leite.

Em comunicado, a CDU (coligação PCP/PEV) voltou a exigir uma intervenção urgente do Governo e questionou “o que é mais preciso acontecer para avançar com a recuperação do edifício?”.

A CDU denuncia que “os desabamentos já ocorridos anteriormente” colocam em risco “os profissionais da PSP, os cidadãos que ali se deslocam e os transeuntes que passam nas imediações”, recordando que tem vindo a alertar para o problema nos últimos anos, nomeadamente na Assembleia da República, onde propôs a consignação de uma verba no Orçamento do Estado para 2025 destinada à obra.

A proposta foi rejeitada com os votos contra do PSD e do PS, o que a CDU considera um “manifesto desrespeito pelos interesses da cidade, dos cidadãos e dos profissionais da PSP”.

No mesmo comunicado, a CDU acusa a maioria PSD/PS na Câmara Municipal de Santarém de não ter exercido qualquer pressão junto do Governo para resolver o problema, nem de se ter indignado com a rejeição da proposta no parlamento.

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