O jovem Tomás Bastos triunfou de forma muito assinalável na Palha Blanco, a mítica praça da sua terra natal, contribuindo também para a elevada presença de público, o que começa a ser habitual nas praças em que se apresenta. Tomás Bastos, a atravessar um apuradíssimo momento de forma, devido às inúmeras actuações em Espanha, onde continua a triunfar, alardeou as imensas faculdades técnicas e artísticas que se lhe reconhecem e que permitem alimentar as melhores expectativas quanto ao seu futuro. Poder, arte, elegância, empenho são alguns dos seus atributos, que, aliados ao dom natural que deixa transparecer, tornam memoráveis as suas actuações. Muito bem!
O cartel inicial foi alterado em cima da hora, devido ao facto de o matador David de Miranda ter sido colhido em Espanha, e a Empresa gestora da “Palha Blanco” entendeu que não deveria contratar nenhum outro matador para o substituir – e havia diversos matadores portugueses à espera de uma oportunidade! – cedendo os toiros que haveriam de ser lidados pelo diestro espanhol aos dois cavaleiros em praça que, assim, em vez de lidarem apenas um toiro cada um acabaram por lidar dois toiros.
É lamentável que as Empresas promovam estas alterações em claro desrespeito pelo público que, como se compreenderá, tenderá a não acreditar naquilo que lhe vendem, e deixem de ir às praças. Neste domingo, se não estivesse em praça o jovem Tomás Bastos se calhar a corrida teria sido um autêntico fiasco.
Aliás, a prepotência que é apanágio de algumas Empresas taurinas começa a exceder todos os limites, com a lamentável conivência de toureiros e de ganadeiros. Neste domingo a Empresa negou a acreditação a diversos Órgãos de Comunicação Social da especialidade, o que, para além de constituir uma tremenda injustiça, não deixa de contribuir para o natural ofuscamento da própria actividade taurina, omitindo as actuações dos toureiros, pois tudo acontece apenas dentro do tauródromo, e nada fica para a posteridade nas páginas dos jornais ou na internet. Daqui a alguns anos ninguém conhece nenhum toureiro desta época, embora possam ler e ver imagens dos toureiros do século passado e das primeiras décadas do nosso século. Porque há jornais e revistas!
Na lide a cavalo destacou-se uma vez mais o jovem Tristão Telles Queiroz, que chega ao termo da temporada num excelente momento de forma, como aliás o havíamos sublinhado em relação à sua actuação nas Caneiras, e aqui voltou a encher as medidas aos aficionados ao toureio equestre, pelo rigor das suas sortes e pela emoção e verdade que transmite na colocação da ferragem. Francisco Palha também esteve em bom nível – nunca está mal! – mas, contudo, desta vez não esteve ao nível habitual. Entusiasmou o conclave, teve detalhes de muita qualidade, mas não logrou sacar o triunfo que desta feita foi de seu primo.
As pegas estiveram confiadas, como é hábito, ao valoroso Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca que deu boa conta do recado consumando três pegas ao primeiro intento, por intermédio de Rodrigo Camilo, Guilherme Dotti e Rodrigo Andrade, e a segunda à terceira tentativa, através de Lucas Gonçalves, que saiu bastante combalido, bem assim como o “ajuda” Rodrigo Telles.