Uma empresa de Santarém que fornece têxteis para a indústria automóvel reconverteu as suas linhas de produção, estando já certificada para o fabrico de não-tecido destinado à confecção de batas e fatos hospitalares.

A TrimNW, que recebeu a visita do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que coordena a execução do estado de emergência devido à covid-19 na Região de Lisboa e Vale do Tejo, iniciou esta semana a produção de não-tecido (material semelhante ao tecido feito de fibras e um polímero), tendo uma capacidade imediata de fabrico de 25.000 metros lineares diários, suficientes para a confecção de 25.000 batas.

O director-geral da TrimNW, Rui Lopes, afirmou que existem já contactos com empresas de confecção, tendo a presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), Salomé Rafael, adiantado que a LRP, situada em Ourém apenas aguarda a certificação do Citeve, centro tecnológico da indústria têxtil, para colocar fatos e batas hospitalares no mercado.

Com a paragem da indústria automóvel, para a qual a TrimNW produzia peças têxteis moldáveis para o interior de viaturas – como é o caso dos tejadilhos dos táxis que circulam em Londres -, a empresa colocou 20 trabalhadores em ‘lay-off’, que admite agora chamar para retomar o trabalho na próxima semana.

Com os trabalhadores ainda em funções, a empresa, criada em 2015 por antigos funcionários da Ipetex, que entrou em insolvência naquele ano, reconverteu uma das suas linhas de produção para a criação de um material impermeável que pode ser usado para as batas e fatos hospitalares, admitindo poder fazer alterações para passar igualmente a produzir máscaras não cirúrgicas.

Rui Lopes afirmou que a empresa tem capacidade para atingir uma produção de 175.000 metros lineares por semana, se for necessário entrar em funcionamento permanente, o suficiente para produzir 175.000 batas, ou mesmo chegar aos 300.000 metros, se usar a sua segunda linha de produção.

A presidente do conselho de administração do Hospital Distrital de Santarém, Ana Infante, adiantou que, nesta fase de pandemia, o HDS necessita de 500 batas por dia, uma vez que tem, “inteiramente dedicados à covid”, dois pisos de internamento, duas unidades de cuidados intensivos e uma urgência.

Duarte Cordeiro considerou “determinante” a capacidade de adaptação das empresas em circunstâncias como a provocada por esta pandemia, saudando a possibilidade de haver resposta para as necessidades na indústria nacional.

O secretário de Estado lembrou que os fornecedores de equipamento hospitalar podem inscrever-se no site da Direção-Geral da Saúde, “sinalizando o que conseguem produzir e os preços, para que o Serviço Nacional de Saúde os compre”.

Para Duarte Cordeiro, a TrimNW é “um exemplo muito feliz”, que espera que, “não só responda a uma necessidade, mas também inspire muitas outras empresas que também estão num processo de adaptação”.

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