A Câmara Municipal de Azambuja foi surpreendida com o encerramento provisório do aterro local, uma infra-estrutura que tem sido alvo de muita contestação popular.
Em causa está o aterro situado no Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos de Azambuja, no distrito de Lisboa, uma infra-estrutura gerida pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, consórcio liderado pela Mota Engil, e inaugurada em 2017.
A este aterro, a céu aberto, chegam toneladas de resíduos vindos de Itália, Reino Unido e Holanda, sendo frequentes as queixas por causa do mau cheiro e da existência de gaivotas que remexem no lixo.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), confirmou que o aterro se encontra encerrado provisoriamente, contando que a autarquia foi surpreendida, uma vez que estava prevista uma ação de fiscalização a esta infra-estrutura.
“Fomos lá no dia 23 e encontrámos uma chamada de atenção a dizer que o aterro estava temporariamente encerrado e que algum problema para resolução, de coisas ligadas aos resíduos, para irem à Câmara que a Câmara resolve. É mesmo gozo”, afirmou indignado.
Silvino Lúcio associa este encerramento provisório do aterro à ação de fiscalização da autarquia, uma vez que durante muito tempo os técnicos do município têm sido impedidos de entrar no local.
“Nós podíamos optar por, simplesmente, chegar ali de manhã, com eles a laborar, entrar e fazer a fiscalização. No entanto, achámos, como pessoas de bem, que deveríamos avisar e caímos num erro. Avisámos e eles fecharam temporariamente o aterro”, apontou.
Segundo o autarca, das fiscalizações realizadas no aterro foi possível apurar “algumas irregularidades”, praticadas pela Triaza, que motivaram várias queixas e denúncias.
“O que motivou este encerramento foi precisamente eles estarem informados de que nós íamos lá fazer a fiscalização em termos de altimetria para perceber o que já percebemos. Há muito que o aterro ultrapassou a cota altimétrica. E eles sabendo perfeitamente fecharam as portas. Portanto, vamos aguardar”, atestou.
A Lusa contactou fonte da empresa Triaza, mas não obteve resposta, até ao momento.