Helena Jorge, porta-voz do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) no distrito de Santarém, disse à Lusa que a adesão no que é já o quarto dia de greve realizado este mês no Hospital Distrital de Santarém (HDS), depois da paralisação de 05 a 07 de Junho, foi significativa.

A adesão à greve dos enfermeiros no Hospital de Santarém rondou os 80% no turno da manhã, disse fonte sindical, salientando a “boa notícia” da contratação imediata de 18 profissionais e da publicação iminente do “despacho das 2.000 contratações”.

Sublinhando que o protesto tem sido “muito doloroso” para os enfermeiros, representando “um grande rombo nos ordenados”, a dirigente do SEP afirmou que o facto de ter sido conhecido hoje que o Conselho de Administração “já teve autorização para contratar imediatamente 18 profissionais” e que o despacho do ministro da Saúde “das 2.000 contratações de vários profissionais para as instituições está para ser publicado”, deixa os enfermeiros “mais serenos”.

“Quer dizer que o hospital vai ter uma quota” e que “pode contratar mais enfermeiros e outros profissionais que estejam mesmo em situação de emergência, de ruptura. Acho que estão no bom caminho. Foi um sinal de paz connosco e que estão com alguma vontade de resolver o problema, isso deixa-nos mais serenos por causa dos cuidados aos utentes”, declarou.

Helena Jorge lamentou que o Governo não tenha “detectado os sinais” da “chamada de atenção” feita em Maio, quando foi enviada uma carta ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, com as dotações e a falta de profissionais no HDS, obrigando os enfermeiros a “uma situação de ruptura”, avançando para uma greve de três dias, “para se perceber”.

“O que pedíamos era uma gota de água num grande oceano. Se estávamos para as situações emergentes, porque vamos continuar a fazer muito trabalho extraordinário, devia ter sido entendido”, afirmou, salientando que em maio “era a altura ideal para contratar”.

“Em gestão há coisas que têm que ser feitas imediatamente, não podem ser deixadas para mais tarde, porque as consequências são graves. A saúde não é um sector onde se possam contratar profissionais em cima da hora, são profissões muito específicas e não podem ser integrados de um dia para o outro”, acrescentou.

Helena Jorge disse esperar que os profissionais que permitirão aliviar a “sobrecarga” das equipas cheguem em Julho e Agosto e que haja celeridade na substituição dos enfermeiros que já se sabe que vão mudar para outras instituições.

“Se saem 10 profissionais de um hospital e se pede substituição não podem estar um ano à espera. Tem de ser muito rápida, porque os serviços funcionam 24 horas por dia e não podem parar”, afirmou.

Segundo o SEP, para cumprir o estipulado nas Dotações Seguras e permitir o cumprimento dos horários de 35 horas semanais, o Hospital de Santarém necessita de mais uma centena de enfermeiros (a juntar aos cerca de 570 profissionais da instituição), metade deles em falta “premente”.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses marcou para hoje uma greve nacional das 08:00 às 24:00 para pedir a contratação de mais enfermeiros para compensar a passagem do regime de 40 para 35 horas semanais a partir de 01 de Julho.

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