Um homem de 39 anos, engenheiro electrotécnico, que está acusado de 16 crimes de incêndio florestal, um dos quais agravados, ocorridos entre 2017 e 2020 na zona de Castelo Branco, assumiu em tribunal a autoria de 15 crimes.
Na primeira sessão de julgamento, que decorre no Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco, o arguido assumiu perante o juiz a intenção de prestar declarações.
O homem de 39 anos, residente no concelho da Sertã, no distrito de Castelo Branco, em prisão preventiva desde julho de 2021, assumiu que os factos que constam na acusação do Ministério Público (MP) são “verdade integralmente”, exceto o incêndio registado em 22 de junho de 2017, sobre o qual afirmou “não se recordar”, embora tenha admitido conhecer o local onde aquele ocorreu.
O arguido manifestou ainda arrependimento pelos atos que praticou: “Estou arrependido pelos danos materiais e pessoais que fiz”.
Adiantou que, na altura em que foi preso, sentia “inquietude, ansiedade, insónias e vontade de ver fumo”.
O engenheiro electrotécnico disse que estes sintomas melhoraram em novembro 2021, quando foi ao psiquiatra, já no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco, onde estava detido a aguardar julgamento. O advogado de defesa solicitou uma perícia médica ao arguido.
O Tribunal, considerando o teor das declarações do engenheiro eletrotécnico e, uma vez que o mesmo tem acompanhamento psicológico e psiquiátrico e está a receber terapêutica, solicitou que até à próxima sessão de julgamento sejam entregues os elementos clínicos relativos ao arguido, desde que este está a receber assistência clínica no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco.
O julgamento prossegue durante a tarde, sendo que a próxima sessão está já agendada para o dia 05 de maio, às 09:15.