A Câmara do Entroncamento aprovou a adjudicação da reabilitação urbana da zona junto ao Museu Nacional Ferroviário, obra que inclui uma nova biblioteca, por 4,8 milhões de euros (ME), revelou o presidente Jorge Faria (PS).
“É um projeto muito importante, na medida em que constitui uma componente fundamental da reabilitação urbana de toda aquela zona junto ao Museu Nacional Ferroviário (MNF) e a chamada reta dos Quartéis, em que vamos aí criar uma nova centralidade com uma nova biblioteca”, disse à Lusa o presidente do município do Entroncamento.
Segundo o autarca, este é um “investimento ambicioso, de cerca de 4 milhões e 800 mil euros, e na última reunião [de executivo] foi possível aprovar a adjudicação”, após “clarificação do financiamento” da empreitada, adjudicada à empresa Vomera por 4,8 ME [4.873.000,00] e com apoio financeiro de 3,4 ME [3.422.000,00] do Programa Regional Centro 2030.
A empreitada, denominada de “Nova Centralidade na Zona Norte (ARU 1) – Biblioteca Municipal do Entroncamento”, foi aprovada com os votos favoráveis do PS e PSD e o voto contra do vereador eleito pelo Chega, agora independente.
A obra implica ainda um investimento de cerca de 1 ME por parte da Câmara Municipal para aquisição de terrenos e elaboração do projeto, representando um investimento global de 5,8 ME.
O projeto da nova centralidade zona norte (ARU 1) do Entroncamento inclui a requalificação urbana com a ligação pedonal entre a Rua Elias Garcia com áreas verdes e de lazer, a criação de uma praça frente ao MNF, um “parque de estacionamento subterrâneo livre, libertando outros estacionamentos da cidade”, e um edifício para uma “biblioteca moderna e funcional”, com várias salas e equipamentos multiúsos.
“É, de facto, um projeto que vai mudar aquela zona, vai induzir os privados que reabilitaram também os seus imóveis, e penso que terá esse efeito”, disse à Lusa Jorge Faria, tendo indicado que o projeto “vai também permitir melhor acesso” ao MNF e à estação ferroviária, com um parque de estacionamento subterrâneo que “apoiará as pessoas que se dirigem à estação pelo lado norte”, e que “vai reduzir, inclusive, o trânsito automóvel dentro da cidade”.
O projeto de requalificação urbana, que engloba a construção do novo edifício da biblioteca, “um edifício arquitetonicamente arrojado”, acompanha a requalificação urbana da Rua Ferreira Mesquita, do Bairro Camões, das habitações do Bairro Vila Verde (em curso) e do Bairro do Boneco (em curso) para implementação do Centro de Documentação Nacional Ferroviário, do Núcleo Museológico e do Centro de Ciência Viva (em curso).
A empreitada apresenta um prazo de execução de 18 meses, a partir do ato de consignação.
Na reunião extraordinária, composta por dois pontos, foi ainda aprovada, também por maioria, a adjudicação por 1,2 ME da empreitada de acessibilidades, remodelação de cozinhas e instalações sanitárias de 64 fogos integrados em quatro lotes habitacionais municipais, de quatro pisos cada.
“Este é um projeto financiado pelo PRR, que consta da nossa estratégia local de habitação e visa a melhoria das condições de habitabilidade de um conjunto de 64 apartamentos, que já foi alvo de uma intervenção profunda no seu exterior e em termos de questões energéticas, e agora temos fundos para a intervenção no interior, ou seja, remodelação de cozinha, instalações sanitárias, redes de água, de saneamento internas, e também a instalação de elevadores que permitam a pessoas, algumas delas já com alguma idade e dificuldade de mobilidade, poder ter um acesso fácil às casas onde moram”, destacou.
Segundo o autarca, o objetivo é “melhorar as condições de habitabilidade e permitir também outra dignidade a quem lá mora”, num investimento com financiamento a 100% no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e um prazo de execução de 12 meses.