O município do Entroncamento é um dos cinco a nível nacional que não tem qualquer bem patrimonial classificado, mas a autarquia lembrou ter iniciado, em 2020, o processo de classificação da Central Elétrica, incluindo o seu património móvel integrado.

“O Entroncamento tem vários edifícios considerados Património de Interesse Concelhio, de acordo com o Regulamento do Plano Diretor Municipal”, disse hoje à Lusa Jorge Faria, presidente da Câmara do Entroncamento, tendo dado conta, no entanto, que, desde 2020, “decorre o procedimento de classificação da Central Elétrica do Entroncamento”.

Portugal contava em 2022 com mais de 4.600 imóveis de património cultural classificado, espalhados por todo o território nacional, com exceção de cinco municípios, entre eles o Entroncamento, revelou o “Atlas Artístico e Cultural de Portugal”, apresentado na sexta-feira, em Lisboa.

Em março de 2020, foi publicado em Diário da República (DR) anúncio da abertura do procedimento de classificação da Central Elétrica do Entroncamento, sob a gestão da Fundação Museu Nacional Ferroviário e integrada no Museu Nacional Ferroviário, propriedade da fundação.

A Central Elétrica do Entroncamento, projetada em 1919 e construída entre 1920 e 1923, albergou inicialmente uma central termoelétrica a vapor, tendo sido posteriormente equipada com um grupo gerador a diesel, em 1930, com um Posto de Transformação, cujo funcionamento se manteve até à sua desativação, em 1990.

O edifício, que está “em muito boas condições, mantém todos os equipamentos, mas não é, neste momento, visitável”, disse Jorge Faria, tendo feito notar que o objetivo, “assegurada a sua classificação e preservação, é integrar a central no percurso do Museu Nacional Ferroviário”.

Além do edifício, onde chegou a funcionar uma “escola de aprendizes” entre 1943 e 1959, o pedido de classificação inclui ainda o património móvel, como o grupo gerador de energia elétrica, composto por um motor de combustão a diesel e um alternador, instalado em 1927, para alimentar de força motriz e iluminação as oficinas do Complexo Ferroviário do Entroncamento.

Há ainda o quadro elétrico de manobra da central, do mesmo ano, e a subestação, que, desde o início da década de 1930, distribuía energia elétrica produzida na central para todo o complexo ferroviário do Entroncamento e também recebia energia da Empresa Hidroelétrica do Alto Alentejo.

O pedido de classificação inclui igualmente uma das três caldeiras a vapor da central, que antecederam o recurso ao diesel, e que integra o património da Central Elétrica do Entroncamento.

As três caldeiras alimentavam duas máquinas a vapor que trabalhavam em paralelo para acionar quatro dínamos com uma potência de 80 kw. Atualmente existe apenas uma caldeira a vapor, montada, em 1943, para formação da Escola de Aprendizes.

Questionado sobre se outros imóveis ou equipamentos que integram o património do Entroncamento a nível ferroviário pode entrar na lista de imóveis a classificar, Jorge Faria disse à Lusa que “está a ser desenvolvido trabalho nesse sentido, com outros edifícios, que fazem parte do património imóvel do concelho”, além do objetivo, “em curso”, de “requalificar os bairros ferroviários” e “recuperar o antigo comboio foguete para musealização”.

Leia também...

Polícia Judiciária detém quatro homens por rapto

Vítima esteve sequestrada várias horas no Entroncamento.

Juniores Campeões do U. Santarém recordam título 40 anos depois

A equipa de juniores do União Desportiva de Santarém foi Campeã Distrital na época 1984-85. Uma época de ouro para o futebol do clube.…

Proteção Civil alerta para elevado risco de galgamento das margens do rio Tejo

A Proteção Civil alertou hoje para o elevado risco de galgamento das margens do rio Tejo e possíveis inundações, uma vez que os caudais…

Rancho do Bairro realizou 36.ª edição do Festival de Folclore

O Rancho Folclórico do Bairro de Santarém, Graínho e Fontainhas realizou, no passado sábado (dia 25 de Junho), a 36.ª edição do Festival de…