Desta sexta-feira a domingo, dia 29 de Junho, realiza-se em S. Vicente do Paúl, no Jardim de S. Vicente, a 16.ª edição das Tasquinhas do Alviela. 

Marcam presença a Tasquinha da Memória dos Povos, da Associação de Caça e Pesca de S. Vicente do Paul, da Paróquia, da ARCTA-Associação Cultural e Recreativa 3 Aldeias, do CASV-Clube de Andebol São Vicentense, do Clube Motard dos Bispos do Asfalto, do Rancho Folclórico Os Camponeses de São Vicente do Paul, da EBI da Tojosa, do CBESVF-Centro de Bem Estar Social de Vale de Figueira, do Rancho Folclórico de Vale de Figueira, Sons do Alviela em conjunto com a catequese, do Centro Recreativo e Cultural Sobralense, do Agrupamento de Escuteiros 1040 de Vale de Figueira e da secção de dança do CASV. Entre petiscos, doces e bebidas, todos levam às tasquinhas as suas iguarias para degustar.

Também a música ajuda à festa, este ano com Ruth Marlene (sexta-feira, 27), os Carambolas, a Banda Magestic (sábado, dia 28), RH+ e Adriano e amigos, entre outros. 

As Tasquinhas do Alviela completam este ano 16 edições. O que espera do evento e qual a sua expectativa na adesão das pessoas?

Ricardo Costa (RC) – É um enorme orgulho realizar este evento durante 16 edições, está aqui muita história ao longo dos anos que não pode ser esquecida e que deve ser mantida. As expectativas são altíssimas como sempre, pois temos uma organização muito dinâmica, com grandes encargos monetários e trabalho, sabemos, mas sobretudo com o enorme empenho conjunto de cada associação, entidades presentes e Junta de freguesia. No ano passado ocorreu algo nunca visto, choveu durante a inauguração e primeira noite, o que desanimou os participantes. Mas este ano esperamos recuperar em força. Nota-se que as pessoas estão com muita vontade de sair de casa e se divertir e as Tasquinhas do Alviela são perfeitas para isso mesmo. Temos um espaço maravilhoso, muita variedade gastronómica e a simpatia das nossas gentes, que tão bem sabem receber. As entradas são gratuitas, tal como o estacionamento, aliás, temos dois parques de estacionamento. Todos saem daqui satisfeitos e com vontade de voltar.

Esperemos que este evento se continue sempre a realizar no futuro, pois nós tudo fizemos e fazemos para que seja um sucesso crescente e para que cada Tasquinha cumpra os objectivos a que se propõe a cada ano.

Que novidades o evento nos reserva este ano?

RC – Temos, logo para começar, o tema e decoração do espaço, que é diferente a cada ano e o torna ainda mais atractivo. Depois, a música e animação, os jogos tradicionais, as brincadeiras para as crianças e muito mais. 

Quanto às ementas de cada Tasquinha, ficaram ao encargo de cada uma, mas avançamos que podem contar com muitos e bons produtos regionais, muitos das hortas das nossas freguesias. O mesmo com a caça, por exemplo. A qualidade dos produtos faz a diferença, assim como manter as tradições.

Podem contar, por exemplo, para vos fazer crescer água na boca, com pão caseiro, roscas, carne de alguidar, migas, tripas, bochechas de porco, alheiras de caça, caracóis, feijoada, queijos e enchidos, sopas tradicionais, pratos de caça como espetadas, pica-pau, ensopado e perna de javali, coscorões, arroz doce e outros bolos tradicionais, compotas e muito mais, tudo regado com o bom azeite daqui e vinhos e licores regionais.

O tema “o crochê da avó” é uma tentativa de diversificar as actividades, atrair o público e valorizar as tradições?

Susana Branco (SB) – Sem sombra de dúvida. Este evento é claramente uma mostra gastronómica dos produtos das nossas terras, do Ribatejo, mas assume-se do mesmo modo como um conjunto de ofertas culturais. Assim, cada ano tem um tema que remete para as características da região, de algo específico e importante por dado motivo. O ano passado o tema foi o pão e vinho. Este ano recuperamos a tradição do crochê, aliás, também ele muito actual. 

Juntamos assim não só a tradição como as várias gerações e acreditamos que agregar as escolas e jardins de infância, as associações, as famílias e a população em geral tem benefícios acrescidos que vão para além da decoração do espaço ou do próprio evento. Claro que o espaço ficará fantástico e colorido com o crochê, mas a componente emocional e até terapêutica, ou seja, as pessoas estarem grupo a trabalhar no tema, encontrando-se regularmente e trabalhando para ele torna essencial a ligação e convívio da comunidade. Esta forma de arte traz muitos benefícios e remete também ao factor ambiental, pois muitas das lãs são recuperadas de trabalhos anteriores e é tudo feito manualmente, com muito tempo e amor.

Temos por exemplo a equipa da ginástica, a equipa da Dona Idalina, a equipa do JI, a equipa da moldura, a equipa do Centro de Saúde, enfim, é lindo ver as pessoas empenhadas e felizes a realizar este trabalho e a estarem felizes por participarem.

A iniciativa do concurso de compotas é igualmente uma dessas tentativas de diversificação e atracção para o evento?

SB – Sim, é o terceiro ano que temos concursos gastronómicos. O primeiro ano foram os coscorões, no ano passado caracóis e este ano compotas. Ora um doce ora um salgado. 

Incentivamos à participação de todos, tanto da União de Freguesias como de fora dela, sendo uma atracção. Temos um júri constituído por pessoas de referência, como é o caso do Chef João Correia, a Dr.ª Inês Correia, que é a médica de S. Vicente do Paul, o Padre João Moita e outros. 

É também muito importante a possibilidade destes produtos estarem à venda nas várias Tasquinhas, o que incrementa as vendas.

A escolha dos produtos para o concurso baseia-se sempre na tradição, nos costumes. No caso das compotas, era aquilo que as pessoas faziam para aproveitar as frutas que tinham, aumentando a validade das mesmas e podendo guardar durante meses essas compotas, para irem comendo ao longo do ano. Hoje em dia isso ainda acontece e mesmo ontem uma pessoa me dizia “Eu vou fazer de amoras, porque é aquilo que tenho agora!”. Este factor é crucial, pois falamos de produtos biológicos, sem agro-tóxicos e cujo sabor é diferenciado, estando-lhe associado o factor saúde. São outros valores que se integram no todo que são as Tasquinhas do Alviela.

O concurso, como todo o evento, é no Jardim de S. Vicente, que é um espaço lindíssimo, relvado, com arvoredo, portanto, com sombra, e com calçada portuguesa, um local mesmo muito agradável para socializar.

As Tasquinhas do Alviela já foram um alerta para a situação do Rio Alviela, nomeadamente a poluição, é uma causa que se mantém?

SB – Sim, começaram dessa forma. Ao longo dos anos este e outros problemas ambientais infelizmente não foram eliminados. Apesar das denúncias e colaboração com as entidades competentes no assunto, o problema continua em vigor. 

Estas tasquinhas têm funcionado como uma chamada de atenção para o problema. Já tivemos por exemplo exposições, nomeadamente uma no Jornal Correio do Ribatejo e várias no recinto do evento, intervenções ambientais e a questão da sustentabilidade ambiental está igualmente sempre presente, quer seja nos recursos utilizados quer seja na sensibilização.

Há a necessidade fundamental da transmissão de conhecimento e sensibilização às nossas crianças, pois as gerações passadas não conseguiram travar o problema. Têm de ser as actuais a trabalhar para o futuro e, portanto, associamos as crianças e jovens às Tasquinhas do Alviela, para estarem despertas e conhecer a realidade. Deste tenra idade o problema tem de ser debatido. São as crianças que, vestidas a rigor, como cozinheiros e com as suas colheres de pau, vão cortar a fita. Mas antes já houve por trás um trabalho de explicação acerca do tema, portanto, um trabalho conjunto e fundamental.

Qual é o impacto económico que as tasquinhas têm na freguesia?

RC – Nós temos muitas associações a participar e para cada uma delas este é o grande evento que lhes permite incrementar a sua situação financeira para o resto do ano. Toda a verba realizada é para elas. A Junta de Freguesia apoia, organizando e investindo, participando activamente, mas o lucro para nós é outro, é o de ver cada associação a se tentar autos sustentar e ver a comunidade junta neste projecto. É igualmente um grande convívio entre população e visitantes.

Para além desse factor económico, de que forma este evento tem contribuído para o desenvolvimento do território?

SB – É fundamental haver uma projecção para o exterior, face áquilo que somos e que temos para oferecer. Tem de haver uma dinamização e uma diferenciação, para que a atracção de visitantes, tanto por parte da população como de outras partes do concelho e do país, assim como de visitantes estrangeiros seja uma realidade crescente. Todo este conjunto eleva tanto o evento como a União de Freguesias. 

Estamos numa zona rural que prima por aquilo que os visitantes desejam, pois há uma propensão pela qualidade de vida que o campo proporciona. Ao nos visitarem conhecem esta realidade e nasce ou cresce a vontade de aqui habitarem em família ou terem uma casa de fim de semana. Aliás, isso já se verifica; temos muitas destas habitações, por exemplo no Sobral e um pouco por todo o espaço das freguesias. 

Precisamos desse desenvolvimento, aliás, ele nota-se cada vez mais. A partir daí conseguimos igualmente ter maior capacidade para desenvolver outras áreas. É todo um conjunto. Famílias, escolas, infra-estruturas, enfim, cada agente depende de outro, estando inter-relacionados.

Este evento é deste modo um grande contributo local para mostrarmos aquilo que as nossas freguesias são e as nossas potencialidades.

Visto ser um festival gastronómico como está organizado e quem participa este ano?

RC – Temos a Tasquinha da Memória dos Povos, da Associação de Caça e Pesca de S. Vicente do Paul, da Paróquia, da ARCTA-Associação Cultural e Recreativa 3 Aldeias, do CASV-Clube de Andebol São Vicentense, do Clube Motard dos Bispos do Asfalto, do Rancho Folclórico Os Camponeses de São Vicente do Paul, da EBI da Tojosa, do CBESVF-Centro de Bem Estar Social de Vale de Figueira, do Rancho Folclórico de Vale de Figueira, Sons do Alviela em conjunto com a catequese, do Centro Recreativo e Cultural Sobralense, do Agrupamento de Escuteiros 1040 de Vale de Figueira e da seção de dança do CASV. Entre petiscos, doces e bebidas, todos nos trazem as suas iguarias para degustar.

Também a música ajuda à festa, claro, portanto este ano temos a Ruth Marlene, os Carambolas, a Banda Magestic, RH+ e Adriano e amigos, entre outros. Há baile, espaço para desfile de campinos, o Rancho de S. Vicente e o Rancho de Vale de Figueira e muito mais. Venham fazer a festa connosco, que não se vão arrepender e serão muito bem recebidos, como sempre.

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