Lisboa, 23/10/2018 – Decorreu esta manhã a Audição do ex-diretor-geral da PMJ, o Coronel Luis Vieira, sobre a encenação da recuperação das armas de Tancos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal em Lisboa. Luis Vieira ( Álvaro Isidoro / Global Imagens )

O ex-director da Polícia Judiciária Militar (PJM) coronel Luís Vieira confirmou hoje ao juiz Carlos Alexandre que deu instruções para a recuperação das armas furtadas em Tancos, desconhecendo a existência de uma encenação, segundo fonte judicial.

O arguido no caso de Tancos começou esta manhã a ser ouvido na fase de instrução do processo, que até aqui estava a decorrer no Tribunal Central de Instrução Criminal, mas desde hoje decorre no Tribunal de Monsanto.

O juiz Carlos Alexandre tinha agendado a manhã de hoje para o interrogatório do coronel Luís Vieira, mas a diligência vai continuar a partir das 14:40.

Segundo fonte judicial, Luís Vieira confirmou ao juiz que, no exercício das suas funções, deu instruções para a recuperação das armas, mas que desconhecia a existência de uma encenação montada para as encontrar.

O ex director da PJM assumiu também, segundo a fonte, que sabia da existência de um informador.

O Ministério Público (MP) acusou o coronel de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, falsificação ou contrafacção de documentos, denegação de justiça e prevaricação e favorecimento pessoal praticado por funcionário.

No requerimento de abertura de instrução do caso sobre o furto e recuperação de armas de Tancos, Luís Vieira alega que “não houve qualquer intenção de encobrir os autores, nem houve qualquer pacto nesse sentido” e contrapõe dizendo que a acusação do MP é uma “narrativa ficcionada”.

Alega ainda que em momento algum a sua conduta foi no sentido de criar obstáculos para impedir uma “resposta punitiva do Estado, impedindo ou frustrando a actividade probatória ou preventiva da autoridade competente”.

O caso de Tancos envolve 23 acusados, incluindo Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa do primeiro Governo de António Costa e que se demitiu na sequência do caso, Luís Vieira, o ex-porta-voz da instituição militar Vasco Brazão e vários militares da GNR, que estão acusados de um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, receptação e detenção de arma proibida.

O furto de armamento de guerra dos paióis de Tancos, Santarém, foi divulgado pelo Exército em 29 de Junho de 2017, com a indicação de que ocorrera no dia anterior.

A recuperação de material furtado de Tancos ocorreu na região da Chamusca, também no distrito de Santarém, em Outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

Leia também...

Bombeiros Municipais de Santarém abrem quartel à população

Os Bombeiros Municipais de Santarém promovem na sexta-feira, 13 de Dezembro, o…

Francisco Jerónimo: “Se a aposta é na formação, não podem vir ‘aviões’ de atletas estrangeiros”

Na semana de arranque do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, o Correio…
Foto ilustrativa

Exercício internacional Orion envolve 1300 militares e 180 viaturas em Abrantes e Constância

Mais de 1300 militares e 180 viaturas oriundos de cinco países da…

Trabalhadores devem medir a temperatura duas vezes ao dia

A ministra da Saúde recomendou este domingo, 26 de Abril, que os…