Bons Sons 2018 © Correio do Ribatejo

“O nosso Amor de Verão”, como é apelidada a edição deste ano do festival Bons Sons pela organização, “foi memorável e terminou de coração cheio”, como apontam os números divulgados.

Foram apresentados 52 espectáculos programados nos oito palcos e no auditório, distribuídos por vários pontos da aldeia, num total de 202 artistas. A este balanço, somam-se 57 actividades paralelas, oito concertos inesperados e um pedido de casamento, numa edição que registou o maior número de visitantes de sempre, durante quatro dias, passaram pelo Bons Sons 38.500 visitantes, ultrapassando os 38 mil visitantes da última edição bienal do festival, em 2014.

O Correio do Ribatejo seguiu a inspiração e foi “viver a aldeia” nestes quatro dias em que a pacata Cem Soldos se transforma no “principal palco da música portuguesa”.

O festival este ano celebrou o “Amor de Verão” entre os festivaleiros e a aldeia que os recebeu com frases pintadas nas paredes, varandas e estendais.

Fomos recebidos com bons momentos musicais, com partilha de vivências entre público e habitantes da aldeia, com actividades paralelas para todas as idades, com cinema e dança. As tardes podem facilmente ser preenchidas ora com os Jogos do Hélder, um conjunto de jogos tradicionais espalhados pela aldeia, ora com visitas à aldeia em busca das frases de amor, partes de letras dos artistas do alinhamento do cartaz, colocadas em azulejos, lençóis nos estendais ou escritas na parede em stencil. O palco Garagem, onde, mediante inscrição diária, qualquer pessoa ou agrupamento podia mostrar o seu talento, também foi uma boa forma de “viver a aldeia”.

Novos palcos, novas memórias

Este ano, o mapa do recinto teve algumas alterações e deu a conhecer recantos da aldeia que, para muitos, ainda permaneciam desconhecidos, como aconteceu com o novo palco Zeca Afonso que recebeu, nesta estreia, PAUS, Zeca Medeiros, Mirror People e Slow J, Linda Martini ,The Lemon Lovers e Peltzer.

Alguns dos restantes palcos, já bem conhecidos dos visitantes, surgiram também com formatos diferentes e novos nomes. É o caso do Tarde ao Sol, no adro da Igreja de S. Sebastião, que deu lugar ao palco Amália passando a receber concertos também à noite. Por lá passaram artistas como Norberto Lobo, Miguel Calhaz, João Afonso, Ela Vaz e Fado Violado.

Também o Auditório de Cem Soldos passou, este ano, a chamar-se Auditório Agostinho da Silva, não só durante o festival, onde recebeu programação ligada às artes performativas, pela Materiais Diversos e cinema, via Curtas em Flagrante ou actividades dedicadas a crianças, mas durante o ano inteiro.

Fora dos palcos, os concertos inesperados apanharam de surpresa os visitantes com Salvador Sobral, Selma Uamusse, Tomara, António Bastos, Miguel Calhaz, Zeca Medeiros, Moonshiners e Lena d’Água e Primeira Dama a ocupar as varandas e escadarias das casas.

Festival mais sustentável

Um dos principais objectivos do Bons Sons em cada edição é assegurar o crescimento sustentado do evento. Este ano, além da continuação das medidas implementadas anteriormente, o festival introduziu mudanças que contribuíram para a diminuição da sua pegada ambiental.

Além da forte aposta na reutilização de materiais, na diminuição dos resíduos produzidos e dos sistemas de recolha e tratamento mais eficazes, o Bons Sons contou com novidades amigas do ambiente: o reforço das WC secas e a introdução de urinóis-fardo de palha em toda a zona do campismo que pouparam água e valorizam o ciclo natural; a implementação de lâmpadas LED, mais amenas ao ambiente; a eliminação total dos copos descartáveis; e a chegada de uma alternativa aos tradicionais recipientes descartáveis, os pratos de base biológica feitos a partir de farelo de trigo, que além da sua principal função, ainda poderiam ser comidos.

Outra medida implementada com sucesso nesta edição foi o conceito cashless: o pagamento das compras efectuadas no recinto passou a ser feito com recurso à pulseira do festival, carregada previamente, evitando contas de cabeça e dinheiro perdido nos bolsos. Esta pulseira, além do controlo das entradas e saídas do recinto, foi assim usada como meio de pagamento em bares, restauração, mercahandising, artesanato e outros.

Um festival para todos

A pensar nos vários tipos de público, o festival ofereceu, não só um cartaz com diferentes estilos musicais, mas também acções para crianças, actividades paralelas e um conjunto de serviços para melhorar a experiência de pessoas com mobilidade reduzida.

Para as famílias, o Bons Sons contou com um conjunto de actividades para os festivaleiros de palmo e meio, cujo sucesso foi comprovado pela boa adesão do público. Houve música para bebés e grávidas, passeios e aulas com o burro de miranda, oficinas, jogos e peças de teatro.

De ano para ano, o Bons Sons também tem procurado diminuir barreiras de forma a que todos, sem excepções, possam viver a aldeia e tirar o máximo de partido do festival. Para isso, os palcos foram dotados de plataformas elevadas individuais ou de zonas de visibilidade privilegiada que permitiram, aos visitantes em cadeira de rodas, assistirem aos concertos no meio da multidão de forma segura.

Amor de Verão com um final feliz

Os últimos acordes fizeram-se ouvir, de madrugada, em Cem Soldos, com uma festa de encerramento, preparada propositadamente para o Bons Sons, com música de FOQUE e a performance de GODOT, numa edição onde os visitantes levam, na bagagem, boas recordações deste amor de verão e a vontade, talvez, de regressar.

A organização agradece a todos os que contribuíram para que esta edição ultrapassasse todas as expectativas, prometendo para o próximo ano “encontro marcado em Cem Soldos para a 10.ª edição deste amor de verão que celebra a música portuguesa e a partilha de bons momentos entre várias gerações”.

(notícia desenvolvida na edição impressa de 17 de Agosto)

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