O Festival da Sopa da Pedra, em Almeirim, decorreu até domingo no Parque das Tílias.

A inauguração do evento, a 30 de Agosto, contou com as intervenções de Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros; José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR); Pedro Ribeiro, presidente do Município; António Cavaco, vice-presidente da Federação das Confrarias Portuguesas; e de Luís Manso, grão-confrade da Confraria Gastronómica de Almeirim.

Francisco André considerou Almeirim “um sítio de paragem obrigatória” para se provar a sopa da pedra e o Festival “o maior elogio que se pode fazer a uma das actividades centrais desta região que é a agricultura, mas porque alia isso a uma nova actividade económica em Portugal e que leva o nosso nome bem alto por esse mundo fora que é a gastronomia portuguesa, um activo económico do nosso país que nós devemos cada vez mais valorizar”, salientou.

Para Francisco André, este festival é “uma confluência entre agricultura, gastronomia e turismo”. Uma trilogia que segundo o membro do governo “ilustra bem o dinamismo económico, a força e a ambição desta região e que eu gostaria de enaltecer”.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros desafiou a Confraria Gastronómica e a Câmara de Almeirim a “assegurar que uma parte deste Festival se possa realizar, no próximo ano, fora das fronteiras de Portugal”, sugerindo a ambos, Câmara e Confraria, “a necessidade de se encontrar um país, de preferência com uma diáspora portuguesa forte, para replicarmos lá uma parte do Festival para fora das nossas fronteiras e dar a conhecer por esse mundo fora aquilo que é a Sopa da Pedra de Almeirim”, concluiu.

Por sua vez, Pedo Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim, recordou o facto da Sopa da Pedra ter recebido, no ano passado, no Festival, a certificação da especialidade tradicional garantida, anunciando “outra novidade” para a edição deste ano, que consiste em que todo o pão servido “são as nossas ‘caralhotas’ que estão num processo de certificação que já é IG em Portugal e pretende ser IGP com o reconhecimento de Bruxelas, para além do nosso melão”, disse.

O presidente da Câmara de Almeirim garantiu ainda que, “no próximo ano”, a Confraria já terá a sua nova sede junto ao IVV e aí poderá ter um espaço “com muito mais dignidade e mais capacidade para desenvolver a sua actividade”.

Já José Santos, presidente da ERTAR classificou a ‘Sopa da Pedra’ como “um ícone gastronómico do país”.

“É genuinidade, é autenticidade, aliada a um trabalho de certificação que em boa hora foi promovido pela Câmara Municipal de Almeirim, com o apoio da ERTAR e o que temos aqui é um excelente cartaz turístico que é também um momento de encontro da comunidade local e dos ribatejanos, mas também um momento que projecta a imagem externa de Almeirim para outros pontos do país”, notou.

O presidente da ERTAR manifestou o desejo de, no futuro, o Festival se possa ligar em rede a outros eventos ligados á gastronomia e que possa integrar o calendário de eventos do Ribatejo que a Entidade de Turismo irá lançar na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Já António Cavaco, vice-presidente da Federação das Confrarias Portuguesas, saudou as Confrarias presentes no Festival, referindo que são elas a defesa e a notoriedade dos apontamentos gastronómicos, do produto da terra, do território, da identidade cultural, e da história”.

“Uma confraria não é uma oportunidade de negócio, uma confraria não se mede pelas quantidades de comida, mede-se pela qualidade, mede-se pelo produto, mede-se pelo esforço e sobretudo pelo objecto”, afirmou.

Frisando que a Confraria Gastronómica de Almeirim merece “todo o respeito e toda a notoriedade, na defesa do território e dos produtos endógenos, na dinamização deste evento”, António Cavaco lembrou ao secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros que “a Federação das Confrarias Portuguesas precisa de um contracto programa, e de apoios efectivos que as possam projectar. São um dos elos mais fortes do turismo e é por aí que temos de continuar”, disse.

Luís Manso, grão-confrade da Confraria Gastronómica de Almeirim destacou a novidade desta edição, a substituição dos “chef ’s consagrados” pelas Confrarias nos espaços diários de ‘show cooking’, um facto aplaudido por todos os que usaram da palavra.

O Festival da Sopa da Pedra de Almeirim decorreu até ao passado domingo, 3 de Setembro, no Parque das Tílias, contando com concertos de Carolina Deslandes, Miguel Azevedo e as tasquinhas entregues a associações locais, nomeadamente, o Orfeão de Almeirim, a Universidade Sénior de Almeirim, os Bombeiros Voluntários de Almeirim, o Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, Associação Cultural e Etnográfica Gentes de Almeirim, União de Veteranos de Almeirim e o FIFCA.

Este ano, além da tradicional sopa da pedra e dos concertos, o evento organizado pela Câmara Municipal de Almeirim e pela Confraria Gastronómica de Almeirim, com entradas gratuitas, incluiu artesanato e sessões de ‘show cooking’ a cargo das Confrarias presentes: Confraria Gastronómica da Sopa Caramela, Confraria da Chanfana, Confraria Nabos e Companhia, e Confraria Gastronómica da Pateira.

Este ano, o Município convidado foi o de Ponta Delgada que trouxe a Almeirim, no dia 2 de Setembro, demonstrações culinárias daquela cidade açoriana, pela mão da sua Confraria Gastronómica. A Sopa da Pedra de Almeirim recebeu em 2022 o estatuto de Especialidade Tradicional Garantida da União Europeia, tornando-se no segundo produto no país com este reconhecimento.

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