Adélia Esteves, directora do Agrupamento de Escolas Sá da Bandeira, destaca os principais desafios para o ano lectivo 2024/2025, focando-se na formação de alunos “proactivos e conscientes”, capazes de enfrentar as mudanças globais. A directora salienta ainda o papel da inclusão e da inovação digital, apontando para projectos como o “Clube Ciência Viva” e o “Projecto UBUNTU”, que têm enriquecido a oferta educativa e fortalecido a consciência socioambiental dos alunos.

Quais são os principais desafios que o seu agrupamento enfrenta no início deste novo ano lectivo? Como estão a ser geridos os recursos humanos e materiais para garantir o normal funcionamento das actividades lectivas?

No presente ano lectivo, o Agrupamento de Escolas Sá da Bandeira conta com 2900 alunos e 130 turmas, sendo que a estabilidade do corpo docente é uma realidade, uma vez que praticamente todos os professores se encontram colocados. Assim, o principal desafio que a escola enfrenta e tem enfrentado, desde sempre, continua a ser, essencialmente, a formação de cidadãos proactivos, criativos, conscientes e responsáveis.

Neste sentido, a Escola procura afirmar-se como inspiração transformadora, de modo a que os seus alunos alcancem o sucesso almejado e possam corresponder às novas exigências de um mundo em mutação.

Não negligenciando a relevância do conhecimento, o Agrupamento continua apostado no desenvolvimento do potencial de cada aluno, garantindo a aquisição de saberes, habilidades e competências, capazes de os dotarem de capacidades, conducentes à edificação de um presente e de um futuro mais sustentáveis, porque mais harmoniosos e pacíficos.

É com base nestes pressupostos, que o Agrupamento está disposto a enfrentar todos os desafios, mudanças e adversidades, os quais são sempre inerentes à dinâmica da própria vida.

O governo implementou recentemente a medida de limitar o uso de telemóveis nas escolas. Qual é a sua opinião sobre esta política e como está a ser aplicada no seu agrupamento? Acredita que terá um impacto positivo no ambiente escolar?

Relativamente à matéria em apreço, importa referir que ao nível do 1.º ciclo, os alunos não usam telemóvel, sendo que, no que se refere aos restantes ciclos de ensino, a questão está em análise, visando uma futura decisão. 

Com o aumento das necessidades de inclusão e diversidade nas escolas, de que forma o seu agrupamento está a preparar-se para acolher alunos com diferentes perfis, tanto a nível académico como social?

Considerando que o Agrupamento tem, desde há muito, escolhido como uma das suas prioridades a inclusão, a questão da diversidade dos alunos tem sido contornada, nomeadamente, facultando-lhes experiências enriquecedoras, ao nível académico, desportivo, ambiental e socio emocional.

A título ilustrativo, importa mencionar o foco nas aprendizagens, reforçando, em particular, no 1.º ciclo, as aprendizagens da língua materna e da matemática – dois pilares fundamentais, no que respeita à formação dos alunos.

Ao nível experimental, o Clube Ciência Viva na escola tem-se revelado fundamental, no que concerne à consciencialização para a importância da Ciência e da sua vertente experimental.  

De referir, igualmente, as actividades que, ao longo dos anos, têm sido promovidas pelo Centro de Formação de Canoagem, a par da dinamização de grupos-equipa do Desporto Escolar. Neste âmbito, importa mencionar as actividades promovidas, privilegiando o contacto com a natureza, não descurando a importância do Projecto Eco-escolas, tal como a implementação, a breve trecho, do Projecto “Escola Futura- Atitude Verde”.

Finalmente, no domínio sócio-emocional, o facto de o Agrupamento contar com formações, no âmbito do Projecto UBUNTU e, ainda, com as prestações de uma Artista Residente e de uma Animadora Sociocultural, têm, inequivocamente, acrescentado um valor de qualidade a este Agrupamento.

A digitalização da educação é um tema recorrente, mas há desafios evidentes, desde a falta de recursos tecnológicos até à capacitação dos docentes. Como está o seu agrupamento a enfrentar estes desafios e a preparar-se para o futuro digital na educação?

A formação dos professores, ao nível digital é já uma realidade, sendo que os recursos materiais, em particular os computadores portáteis, careceriam de uma qualidade acrescida, por forma a fazermos face às necessidades e exigências de que a digitalização das Escolas carece.

Não obstante as dificuldades referidas, ainda assim, o Agrupamento entendeu a importância de aderir ao Projecto Piloto Manuais Digitais, tendo o mesmo sido iniciado, no ano transacto, no 5º ano de escolaridade.

Que expectativas tem em relação ao ano lectivo 2024/2025 e quais são as prioridades da direcção do seu agrupamento para garantir uma educação de qualidade para todos os alunos?

Em função do quadro traçado, só posso ter expectativas elevadas, relativamente ao ano lectivo de 2024/25, sendo que para assegurar uma educação de qualidade para todos os alunos, o Agrupamento continua apostado em investir nos projectos já implementados ou a implementar, cujo sucesso tem sido uma evidência.

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