O IV Fórum Político da Artemrede, “Impulso”, vai decorrer ‘online’, ao longo da próxima semana, de 7 a 11 de Junho, com a participação de profissionais da cultura, investigadores e responsáveis autárquicos, entre outros, anunciou o projecto de cooperação cultural.

O fórum “Impulso” tem por objectivo discutir “o papel e o contributo da cultura na dinâmica e no desenvolvimento das cidades”, e de “construir um contributo real para o debate sobre políticas culturais locais”.

As intervenções a apresentar a partir de segunda-feira respondem a cinco desafios centrais das cidades, “nos quais a cultura pode e deve ter um papel fundamental: território, democracia, sustentabilidade, cooperação e desenvolvimento”, lê-se no texto de apresentação do encontro.

Assim, em cada dia, os debates e as reflexões respondem a um desafio concreto.

O evento vai acontecer nas plataformas do Facebook e do YouTube da Artemrede, com intervenientes portugueses e estrangeiros, entre os quais se destacam a vereadora de Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, a secretária-geral da Organização das Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), Emilia Saiz, e o coordenador da Comissão de Cultura desta organização, Jordi Pascual, assim como o coreógrafo Victor Hugo Pontes, fundador e director artístico da companhia Nome Próprio, que concretizou o projecto “Meio no Meio”, com a Artemrede.

Entre os participantes encontram-se igualmente o artista comunitário, escritor e investigador François Matarasso, a coreógrafa e programadora cultural Madalena Victorino, o encenador, investigador e programador cultural Hugo Cruz, o geógrafo e investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa João Ferrão e o co-coordenador do Observatório de Políticas de Comunicação e Cultura Manuel Gama.

A directora executiva da Artemrede, Marta Martins, citada no ‘dossiê’ de apresentação do encontro, sublinhou que, sendo um ano de eleições autárquicas, se impunha o debate, de modo a “poder influenciar e contribuir” para decisões de política cultural.

“Este ano, que é ano de autárquicas, decidimos assumir isto como um momento em que a Artemrede contribui para o debate que antecede as eleições. O Fórum Político é também uma forma de poder influenciar e contribuir nas decisões de política cultural local. Tem sido muito interessante e todos os autarcas que participam neste encontro/debate, pertencendo a diferentes campos político-partidários, reconhecem que tem sido enriquecedor para eles”.

A pandemia da covid-19, as eleições autárquicas a acontecer no Outono deste ano, e o processo de elaboração da “Carta de Compromisso da Artemrede” e da iniciativa “Compromisso Cultura 2030”, que a organização tem vindo a desenvolver desde 2020 com os seus associados, são os três acontecimentos, dois externos e um interno, que influenciam a realização deste Fórum.

“Estes três acontecimentos suscitam inquietações, propostas e desafios aos autarcas, aos territórios e às comunidades”, escreve a Artemrede, na mensagem de apresentação.

“A pandemia acentuou as fissuras sociais e económicas, redefiniu prioridades de política pública e colocou a descoberto a necessidade de mudanças nos modos de fazer. As eleições autárquicas são uma oportunidade para o debate sobre estratégia e política de cidades. O ‘Compromisso Cultura 2030’ tem promovido a consciencialização e a reflexão sobre a importância de uma política cultural municipal integrada, em articulação com todas as áreas do desenvolvimento sustentável”, acrescenta.

O debate do primeiro dia, dedicado a “Cultura e território”, abre com a experiência da Artemrede e com o modo “como se pode organizar a cultura no território”, com a participação de representantes de parceiros do projecto. O dia encerra com a actuação da Companhia Amarelo Silvestre, sediada Canas de Senhorim, no distrito de Viseu, que apresenta “Uma carta para uma/o futura/o presidente”.

Na terça-feira, sob a perspectiva “Cultura e Democracia”, são discutidos “os laços que a arte cria”, pela assessora do Conservatório Nacional para a Orquestra Geração e vice-presidente da Associação para as Orquestras Sinfónicas Juvenis, Helena Lima, pelo gestor de projectos no Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Sustentável, Hugo Seabra, o investigador Rui Telmo Gomes, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, e a presidente da Cooperativa Rumo, Rute Pires, a que se juntam o coreógrafo Victor Hugo Pontes e Sofia Figueiredo do Centro de Experimentação Artística do Município da Moita.

Para debater a relevância das estratégias de mediação cultural são anunciados o artista François Matarasso, o encenador e investigador Hugo Cruz e a coreógrafa e programadora Madalena Victorino.

Catarina Vaz Pinto, vereadora da cultura de Lisboa e presidente da direcção da Artemrede, Emilia Saiz, secretária-geral da CGLU, Marta Llobet, membro da equipa de cultura desta organização, e Marta Martins, directora executiva da Artemrede, conversam sobre a necessidade ou não de novos modelos de tomada de decisão, e o apelo do Movimento Municipalista Feminista da CGLU.

Na quarta-feira, com a “sustentabilidade” por mote, é discutido “como se transforma uma cidade a partir da cultura”, com a vereadora da educação e da cultura de Guimarães, Adelina Pinto, o geógrafo e investigador João Ferrão, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o director artístico do 23 Milhas – Projeto Cultural do Município de Ílhavo, Luís Ferreira, e o investigador Pedro Costa, do Centro de Estudos Socioeconómicos e Territoriais do ISCTE-IUL.

A presença da cultura, nos documentos estratégicos mundiais completa o terceiro dia do encontro, com as intervenções da técnica do Município de Lisboa e membro do Grupo de Trabalho “Compromisso Cultura 2030” da Artemrede, Edite Guimarães, a vereadora da cultura de Alcobaça, Inês Silva, o coordenador da Comissão de Cultura da CGLU, Jordi Pascual, e o co-coordenador do Observatório de Políticas de Comunicação e Cultura da Universidade do Minho Manuel Gama.

O tema cooperação e o projecto “Reshape”, na quinta-feira, dia 10, mobilizam os ‘reshapers’ na trajetória Solidarity Economics, Anikó Rácz, e na trajectória Art and Citizenship Maria Vlachou, a “facilitadora” da trajectória Transnational/Post-National Practices Marta Keil, a coordenadora do projecto “Reshape”, Milica Ilic, e a gestora cultural, investigadora e consultora Vânia Rodrigues.

Testemunhos sobre a força das periferias, com uma coligação de forças a sul (“A voz que vem do sul”), encerram o penúltimo dia de trabalhos do fórum.

No último dia, sexta-feira, 11 de Junho, dedicado a questões de “cultura e desenvolvimento”, é debatido o papel da cultura “nas encruzilhadas estratégicas de Portugal”.

Participam o director-geral das Artes, Américo Rodrigues, o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho, o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, a presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, a directora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, e Elisa Babo, da Quarternaire Portugal.

Todos os eventos do Fórum “Impulso” são gratuitos e de acesso livre, através dos canais digitais da organização.

A Artemrede é um projecto de cooperação cultural, com 14 anos de actividade ininterrupta, que trabalha a especificidade dos territórios através do apoio à criação artística, à programação cultural, à qualificação e formação e às estratégias de mediação cultural.

Actualmente abrange 16 municípios: Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Almada, Barreiro, Lisboa, Moita, Montemor-o-Novo, Montijo, Oeiras, Palmela, Pombal, Santarém, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço e Tomar e a associação Acesso Cultura.

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