Numa temporada com tantas situações atípicas, mal parecia que a mesma não tivesse o seu epílogo com algumas situações improváveis. Desde logo, o encerramento da temporada numa localidade que nem praça de toiros tem, embora as tão profundas tradições taurinas bem o justificassem, mas as gentes da Golegã ainda não se dispuseram a meter ombros a tal projecto.

Depois, o facto, no mínimo estapafúrdio, de se pretender homenagear um dos mais carismáticos matadores de toiros portugueses e no cartel apenas constar um matador, quando no mínimo, e uma vez que se tratava de um festival, talvez até pudessem actuar alguns dos jovens novilheiros que tão boa imagem de si têm dado além-fronteiras.

Segue-se o facto de na componente à portuguesa se incluírem rejoneadores espanhóis e mexicanos com tanto marialva disponível para fazer uma perninha. E, já agora, seria necessário incluir três grupos de forcados para pegarem seis novilhos?

Enfim, decerto que tudo terá a sua explicação e razões ponderosas para ter acontecido, mas no mínimo não deixa de ser estranho. 

Quanto apreciaríamos assistir a um festival com algumas figuras já retiradas e que seria tão interessante vê-las a dar o melhor de si para prestarem a devida homenagem a um dos nossos maiores!

Finalmente, a questão das reses que foram lidadas, seis da Ganadaria de Rosa Rodrigues, para as lides a cavalo, e uma, de Vinhas, para a lide a pé, excelentes de comportamento, mas sem trapío e sem força. É certo que o Regulamento Tauromáquico é pouco exigente no caso dos festivais, no entanto o respeito que é devido ao público que paga o seu bilhete e o facto de estas reses terem sido lidadas na maioria dos casos por toureiros de alternativa, deveria merecer um pouco mais de atenção. Enfim, é o que temos!

Manuel Dias Gomes lidou com acerto o novilho de Vinhas, frente ao qual exibiu as suas imensas faculdades, embora sem deslumbramentos artísticos. O público aplaudiu.

A componente equestre incluiu as actuações dos marialvas Manuel Telles Bastos, que andou em plano satisfatório, Francisco Palha, que também pouco entusiasmou o conclave, Paco Velásquez, que foi dos mais desembaraçados, colocando emotiva ferragem, embora abusando das passagens em falso, e o praticante Vasco Veiga, que andou em plano de muito interesse, bregando com acerto e colocando meritória ferragem. O espanhol Sebastián Fernández foi o triunfador da tarde, protagonizando uma lide agradável, a mexer com o público que muito calorosamente o aplaudiu. Também o rejoneador mexicano Alejandro Amaya deu boa conta de si, desenvolvendo uma lide interessante e que o público também ratificou.

As pegas, todas consumadas ao primeiro intento, estiveram a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Tomar, de São Manços e da Chamusca.

Uma palavra para o público que compareceu em bom número, talvez a sugerir que em próximas edições este festival possa ser melhor cuidado, pois os aficionados goleganenses, e os que ali afluem por ocasião da feira de S. Martinho, merecem mais consideração.

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