O Governo decretou hoje um dia de luto nacional para segunda-feira, pela morte do fadista Carlos do Carmo, hoje, aos 81 anos.

“É com extrema consternação e profundo pesar que o Governo tomou conhecimento do falecimento de Carlos do Carmo e decidiu decretar um Dia de Luto Nacional a concretizar-se na próxima segunda-feira, 4 de janeiro de 2021”, refere uma nota do gabinete do primeiro-ministro.

O Governo propôs ainda ao Presidente da República a atribuição da Ordem da Liberdade, a título póstumo, “pelo determinante papel que Carlos do Carmo teve na renovação do fado, atribuição que, de resto, já estava prevista”.

Na mesma nota, em que apresenta “sentidas condolências à família e amigos” do fadista, o executivo anuncia ainda que, na próxima terça-feira, no espetáculo de abertura da Presidência Portuguesa da União Europeia, o Governo prestará uma homenagem nacional a Carlos do Carmo.

O primeiro-ministro, António Costa, já tinha hoje recordado com saudade Carlos do Carmo, através de publicações no Twitter.

“Fazendo eco das palavras que cantou no ‘Fado da Saudade’: ‘Mas com um nó de saudade, na garganta/ Escuto um fado que se entoa, à despedida’ de um grande amigo”, escreveu o primeiro-ministro.

António Costa sublinhou que Carlos do Carmo “não era só um notável fadista, que o público, a crítica e um Grammy consagraram”.

“Um dos seus maiores contributos para a cultura portuguesa foi a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para o futuro”, evocou.

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse o seu filho Alfredo do Carmo à agência Lusa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, em Lisboa, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do ‘Canecão’, no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

Despediu-se dos palcos em 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

A discográfica Universal anunciou a publicação do seu derradeiro álbum, “E Ainda?”, para o passado mês de novembro, mas é ainda aguardada a sua chegada às lojas. Neste disco, Carlos do Carmo canta também Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Hélia Correia, Júlio Pomar e Jorge Palma, que junta aos poetas do seu repertório.

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