O ministro da Ambiente disse que é “fundamental aproveitar uma parte muito expressiva” das infraestruturas da central termoeléctrica do Pego, em Abrantes, e criticou o PSD por ter colocado em causa o seu encerramento em 2022.

“Caiu a máscara ao PSD”, disse João Matos Fernandes em Abrantes, no distrito de Santarém, para quem aquele partido, ao perguntar se o Governo pondera rever a decisão de não renovar/prolongar a licença para lá de 2022 à central do Pego, “deu um passo para que, afinal, a sociedade portuguesa se não descarbonize e para que Portugal não seja neutro em carbono em 2050”.

Os deputados eleitos pelo PSD no distrito de Santarém entregaram na terça-feira, no parlamento, uma pergunta ao ministro do Ambiente e da Transição Energética questionando se o anúncio do encerramento da central termoeléctrica do Pego, em Abrantes, em 2022, se baseou em “algum estudo ambiental e económico”, se o Governo tem um “plano para mitigar os impactos da decisão” e se pondera “rever a decisão de não renovar/prolongar a licença para lá de 2022”, entre outras.

“As duas centrais a carvão em Portugal [Pego e Sines] vão ser encerradas”, reiterou hoje João Matos Fernandes, tendo feito notar que, “ao serem encerradas, [sê-lo-ão] num movimento de transição justo, que tem necessariamente de ter um acompanhamento sociolaboral e socioprofissional para que todos os trabalhadores venham a ser integrados”.

Tendo sublinhado que “a central do Pego é uma central privada”, o ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou, no entanto, ser “absolutamente fundamental aproveitar o território e uma parte muito expressiva das infraestruturas que existem no Pego”.

O objectivo, notou, visa continuar a ter “um back-up de energia, num país que em 2030 já vai ter 80% da sua electricidade a partir de fontes renováveis”.

João Matos Fernandes adiantou que “os donos da central do Pego têm um projecto, no qual o emprego é globalmente mantido”, tendo referido ainda que, “com pequenas alterações, são capazes de ter essa mesma central [a laborar] a partir de formas de produção de electricidade que não envolvem combustíveis fósseis”.

O governo, continuou, “acompanha este processo e fica muito satisfeito por saber que há condições, por parte dos promotores, que respeitam todas as condições laborais e que estão integrados naquilo que são os objectivos do país, sendo neutro em carbono em 2050 e, já em 2030, ter 80% da electricidade a partir de fontes renováveis”.

A resposta do governante já teve reacções do PSD, tendo o deputado Duarte Marques afirmado à Lusa que, “apesar das críticas do ministro, a verdade é que as questões colocadas permitiram que o ministro revelasse o plano que existe para a central do Pego”, tendo manifestado a sua “satisfação por saber que a central pode ficar como recurso energético”.

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